O Brasil bate a marca de 250 mil mortes em consequência da covid-19 no pior momento da pandemia do novo coronavírus no país. O número cresceu mais de 30% nos últimos dois meses, mostrando uma explosão de registros depois das aglomerações das festas de fim de ano e do Carnaval (eram 189.264 mortes em 23 de dezembro). Nesse período, também surgiu uma nova variante do vírus, mais transmissível, em Manaus.
O país também atingiu nesta quinta-feira (24) a maior média de mortes desde o início da pandemia: 1.129. São 35 dias seguidos com índice acima de mil. Mesmo no período mais crítico do ano passado, não houve uma sequência tão longa.
A transmissão voltou a subir na segunda quinzena de fevereiro, diz o Imperial College de Londres. A taxa Rt, que indica níveis de disseminação do vírus, evoluiu para 1,05 —acima de 1 significa avanço sem controle.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), diversos países tiveram queda importante nos novos casos e mortes na última semana. Mas o Brasil não acompanha esse ritmo.
Para além de números e gráficos, a situação se agrava em todas as regiões.
Em janeiro, em Manaus, pessoas morreram sufocadas, sem oxigênio. Na semana passada, Araraquara (SP) e cidades próximas decretaram lockdown, e Porto Alegre foi classificada como altíssimo risco pela primeira vez. Nesta semana, Uberlândia (MG) e a Paraíba implantaram toque de recolher, Natal restringiu horário de bares e restaurantes e o governo de São Paulo anunciou blitze para reduzir a circulação de pessoas.
Enquanto isso, nem 3% da população foi vacinada, na campanha que começou em 17 de janeiro, mas foi interrompida em alguns municípios por falta de imunizantes —inclusive no Rio de Janeiro, cidade brasileira com mais mortes pelo vírus.