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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quinta-feira (21)

Do UOL, em São Paulo

21/05/2020 13h20Atualizada em 21/05/2020 20h03

Apesar de começar a manhã criticando governadores, Jair Bolsonaro (sem partido), reuniu-se com eles e os presidentes da Câmara e do Senado na manhã de hoje em uma conversa que mudou o tom dos debates em meio às crises de saúde, devido à pandemia do coronavírus, econômica e política que o país vive. O presidente afirmou que vai sancionar o projeto que libera socorro financeiro de R$ 60 bilhões a estados e municípios.

Entre ontem e hoje, o Brasil teve a confirmação de 18.508 novos casos e 1.188 mortes pela covid-19. As favelas cariocas mostram que o momento segue de urgência: o número de mortes nestes locais supera o total de óbitos de 14 estados e do Distrito Federal.

Na reunião, Bolsonaro adotou um tom moderado e conciliador em videoconferência com os governadores para discutir a ajuda financeira aos estados frente à pandemia do novo coronavírus. O presidente disse que o motivo da reunião era um "esforço" para mitigar problemas e atingir os que estão sendo afetados pela crise provocada pela pandemia e, ao lado dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), falou em "trabalho conjunto" na sanção de projeto de socorro aos estados e municípios.

Temos que trabalhar em conjunto a sanção de um socorro aos senhores governadores, de aproximadamente R$ 60 bilhões, também extensivo a prefeitos O que se pede apoio aos senhores é a manutenção de um veto muito importante"

De acordo com Bolsonaro, congelar reajustes na remuneração de todos os servidores públicos até o fim do não que vem é o "remédio menos amargo" para o funcionalismo, "mas de extrema importância para todos os 210 milhões de brasileiros".

Ao contrário do que tem acontecido desde o início da pandemia, Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), foram cordiais um com o outro durante a reunião. O tucano pediu "paz" contra a crise e elogiou o presidente pela forma como conduziu o encontro. Bolsonaro retribuiu da mesma forma.

Críticas a governadores

Apesar da trégua cara a cara - ainda que virtualmente -, antes da reunião Bolsonaro criticou sem mencionar nomes os governadores e disse que a população vai ter que "sentir na pele quem são essas pessoas".

Imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República. O que teria acontecido com o Brasil já. Vocês vão ter que sentir um pouco mais na pele quem são essas pessoas para, juntos, a gente mudar o Brasil. Mudar à luz da Constituição, da lei, da ordem"

Além disso, de acordo com a Folha, Bolsonaro tem usado o Whatsapp para propagar críticas ácidas a João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ), a quem chama de "traidor". Na segunda (18), o presidente repassou nota oficial e disse que o filho Flávio não era investigado pela PF e que o "pré-candidato a prefeito Paulo Marinho/PSDB mente na tentativa de incriminar Flávio.

Ontem, Bolsonaro divulgou vídeo com paródia de música de Tiririca para exaltar a cloroquina, apesar de cientistas dizerem que o remédio não faz efeito. No vídeo, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta é alvo de deboche quando dizem que caiu por ter seguido conselhos de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Oposição entra com pedido de impeachment relativo à pandemia

Partidos da oposição protocolaram na manhã de hoje um pedido de impeachment de Bolsonaro à Câmara dos Deputados. Esse é o primeiro pedido no qual partidos se juntam para exigir a saída de Bolsonaro - outros foram entregues, mas por iniciativas individuais de parlamentares.

PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU e UP e mais de 400 entidades e movimentos sociais, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil assinam o pedido de impedimento do presidente.

O documento entregue à Câmara acusa Bolsonaro de cometer crimes de responsabilidade, atentar contra a saúde pública e arriscar a vida da população pelo comportamento à frente da pandemia do coronavírus, dentre outros crimes.

Números do Brasil: número de casos cresce fortemente

Nas últimas 24h, o Brasil registrou 18.508 novos casos de covid-19, totalizando 310.087 casos oficiais. Essa é a segunda pior atualização desde o início da pandemia. A primeira foi ontem, quando o Ministério da Saúde anunciou 19.951 diagnósticos — a maior quantidade de casos confirmados em um dia.

Pela segunda vez na mesma semana, o Brasil registrou mais de mil mortes em decorrência do vírus Sars-CoV-2 em um período de 24h: foram 1.188 óbitos. Com isso, o país ultrapassou 20 mil mortes pelo novo coronavírus: no total, são 20.047.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, do total de casos, 164.080 ainda estão em acompanhamento e 125.960 já se recuperaram.

Brasil vive 'desgoverno', diz ministro do STF

Em uma decisão liminar pró-isolamento, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Rogério Schietti Cruz fez críticas à gestão Bolsonaro e considerou que país vive um "desgoverno" na área da Saúde, sem ministro na pasta, hoje comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello.

O magistrado negou hoje um habeas corpus da deputada estadual Clarissa Tércio (PSC-PE) que pedia o fim do isolamento em Pernambuco.

Continua o país desgovernado na área de saúde — já se vão seis dias sem um titular da pasta —, à mercê das iniciativas nem sempre coordenadas dos governos regionais e municipais, carentes de uma voz nacional que exerça o papel que se espera de um líder democraticamente eleito e, portanto, responsável pelo bem-estar e saúde de toda a população, inclusive da que não o apoiou ou apoia"

Mandetta: Bolsonaro tentou alterar bula da cloroquina

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta revelou que o governo federal pretendia alterar a bula da cloroquina por decreto, para incluir no documento sua recomendação para o tratamento da covid-19.

"Eu me lembro de quando, no final de um dia de reunião de conselho ministerial, me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista, que estavam com a redação de um provável ou futuro, ou alguma coisa do gênero, um decreto presidencial... E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para covid-19", afirmou Mandetta, à Globonews.

O novo protocolo da cloroquina, que sugere seu uso no SUS para estágios iniciais da covid-19, tem em suas referências bibliográficas um teste que é suspeito de fraude, feito pela Prevent Senior.

Ainda sobre a droga, o senador ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB-SP) apresentou hoje um projeto de decreto legislativo para suspender o novo protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes em todos os casos, inclusive os com sintomas leves.

Triste quadro das mortes em favelas

O número de mortes por covid-19 nas favelas cariocas supera o total de óbitos de 14 estados e do Distrito Federal. Segundo levantamento do portal Voz das Comunidades, foram registradas 174 mortes pela doença nas favelas do Rio de Janeiro até ontem.

A Rocinha é a comunidade que tem o maior número de mortes confirmadas, 47, seguida pelo Complexo da Maré (23), Cidade de Deus e Complexo do Alemão (ambas com 14 óbitos).

O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais mortes por covid-19 no país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados 3.237 óbitos no estado até ontem —2.249 só na capital.

RJ: Por que as mortes crescem

Matéria do UOL de hoje mostra cinco motivos que explicam por que as mortes cresceram oito vezes no Rio de Janeiro no último mês. O estado tem a 5ª maior mortalidade por habitante no país e mais de 80% das UTIs ocupadas.

As mortes saltaram de 422 óbitos, em 20 de abril, para os 3.237 ontem (20). Há ainda um total de 30 mil casos confirmados, seis vezes o número de um mês atrás.

Entre os motivos estão tratamentos inadequados, falta de leitos e problemas de gestão e corrupção.

Deputada usa máscara com 'E daí?'

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) usou uma máscara de proteção com a frase "E daí?" durante sessão plenária da Câmara dos Deputados realizada ontem.

E daí - Reprodução/TV Câmara - Reprodução/TV Câmara
Imagem: Reprodução/TV Câmara

A frase foi dita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem a parlamentar é próxima, no dia 28 de abril ao comentar o número de mortos pela pandemia — recorde diário até então - e pegou muito mal para o governante.

No Twitter, ela falou sobre a máscara e se justificou: ela diz "antes 'e daí' do que 'ainda bem'", referindo-se a uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também alvo de muitas críticas.

Lockdown em SP se o megaferiado falhar

Se o 'megaferiado' falhar, o lockdown deverá ser implementado na Região Metropolitana de São Paulo, com um protocolo focado nas atividades comerciais. Elaborado por autoridades de saúde, o documento prevê focar na ampliação do número de atividades não autorizadas a funcionar. Limitar de maneira extrema a circulação de pessoas não é uma intenção.

Embora esteja definido que, em um eventual lockdown, haverá restrição a atividades do comércio, o tamanho desta limitação ainda está sendo calibrado. As possibilidades têm, no espectro mais radical, a proposta de permitir que somente supermercados, mercados e farmácias continuem funcionando.

Na versão mais leve do decreto, atividades que hoje são permitidas durante a quarentena passariam a ser proibidas. De acordo com o governo estadual, 74% das atividades estão autorizadas atualmente. Um exemplo citado ao UOL como setor que seria fechado foi o de telemarketing.

Outro fator de preocupação são as cadeias. São Paulo registrou 22 mortes por covid-19, sendo dez agentes penitenciários e 12 internos, desde o início da pandemia.

Auxílio: Caixa bloqueia parte das transferências

Contra o que determina a lei que criou o auxílio emergencial de R$ 600, a Caixa anunciou que vai, num primeiro momento, impedir cidadãos que recebem o benefício pela poupança digital de fazer a transferência dos recursos da segunda parcela para alguma outra conta por meio de DOC ou TED.

Na semana passada, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, justificou que a medida foi adotada porque as famílias estavam transferindo o dinheiro para conhecidos e, assim, driblando o calendário de saques formulado para evitar aglomerações nas agências.

A lei que criou o benefício, porém, garante a operação. O texto diz que é garantida "no mínimo uma transferência eletrônica de valores ao mês sem custos para conta bancária mantida em qualquer instituição financeira habilitada a operar pelo Banco Central".

Filho de Bonner é usado em fraude do auxílio

O jornalista William Bonner foi ao Twitter denunciar o uso dos dados de um de seus filhos em uma fraude envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 dado pelo governo federal a cidadãos em situação de risco por conta da pandemia do coronavírus.

Segundo o apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, ele foi procurado pelo jornal Meia Hora para repercutir o uso de dados do filho em um pedido de auxílio, quando se notou a fraude. O âncora afirma que o jornal resolveu não publicar a matéria, mas alertou para os repetidos ataques a seus filhos.

Bonner afirmou que as fraudes em torno do filho são recorrentes, a ponto de se aconselhar uma troca do número do CPF. E alertou para outros casos semelhantes que podem estar ocorrendo pelo país.

Pelo mundo: 5 milhões de casos

O número de casos oficiais de infecção pelo coronavírus em todo o mundo ultrapassou a marca de 5 milhões nesta madrugada, apontam dados da universidade americana Johns Hopkins. Por volta das 6h30, as informações disponibilizadas no site da instituição mostravam um total de 5.011.467 pessoas diagnosticadas com covid-19.

Os Estados Unidos registraram 1.561 novas mortes pelo coronavírus nas últimas 24 horas, uma cifra estável em comparação com o registro da véspera. Com esta atualização, o país soma 93.406 mortos por covid-19, com 1,55 milhão de casos.

Nos números da Universidade Johns Hopkins, a Rússia aparece em segundo, com 317.554 pessoas infectadas, e o Brasil na sequência, com 291.579.

Coronavírus deve ter chegado ao Brasil em janeiro

Um estudo mostra que o coronavírus circula no Brasil até um mês antes antes do primeiro diagnóstico oficial. A afirmação consta em análises feitas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e é reforçada por descobertas recentes feitas no Brasil e no mundo em relação ao Sars-Cov-2, nome oficial do vírus.

O primeiro diagnóstico oficial do novo coronavírus no país foi em 26 de fevereiro. O paciente, um empresário de 61 anos, havia retornado recentemente da Itália, que começava a enfrentar uma explosão de casos de covid-19.

Levantamentos apontam que na quarta semana epidemiológica, entre 19 e 25 de janeiro, havia ao menos um caso de Sars-Cov-2 no país.

Seu computador pode ajudar a achar a cura da covid

Existe uma forma inovadora de você contribuir na luta contra o novo coronavírus, se você tiver um computador em casa. Trata-se do projeto Folding@home, que desde 2000 usa o poder de processamento de PCs conectados à internet para realizar simulações de enrolamentos de proteínas.

Essas simulações permitem que cientistas encontrem possíveis tratamentos a diversas doenças. Neste momento, os esforços estão direcionados para o Sars-CoV-2, nome do novo coronavírus.

As simulações feitas em computador criam uma imagem em ação das proteínas do coronavírus. É neste processo que seu computador pode ajudar. Para isso, você precisa baixar e instalar um programa para Windows ou Mac.

Máscara que brilha pra covid

Cientistas da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolvem uma nova máscara facial que brilha ao entrar em contato com o coronavírus.

Nosso futuro? Máscara brilha e avisa se você está com o coronavírus - Samuel Rodriguez - Samuel Rodriguez
Imagem: Samuel Rodriguez

Funciona assim: quando uma pessoa infectada respirar, tossir ou espirrar, emitindo gotículas de saliva ou fluidos corporais com o vírus, a máscara fica fluorescente. Ou seja, se quem usar a máscara estiver doente, ela vai brilhar.

Os sensores precisam de apenas duas coisas para serem ativados: umidade, como saliva e muco que nosso corpo libera durante o processo respiratório, e ter a sequência genética do vírus na memória.

Shopping usa pedais para acionar elevadores

Coronavírus: Shopping da Tailândia troca botões de elevador por pedais - Divulgação/Seacon Square - Divulgação/Seacon Square
Imagem: Divulgação/Seacon Square
Um shopping em Bangkok, na Tailândia, trocou os botões de um elevador por pedais com o objetivo de evitar a propagação do coronavírus pelas mãos de seus clientes.

Quem foi ao shopping Seacon Square, de Bangkok, fucou supreso e confuso ao ver os pedais dentro e fora do elevador.

Suíça tem filas por comida

Ainda era madrugada quando as primeiras pessoas começaram a formar uma fila, entre sexta-feira e sábado. Horas depois, comida seria distribuída para famílias carentes. Não se tratava da periferia de uma cidade brasileira, africana ou asiática. A fila era em Genebra, a segunda cidade mais cara do mundo e no coração de um dos países com maior PIB per capita.

Jamil  - Jamil Chade/UOL - Jamil Chade/UOL
Imagem: Jamil Chade/UOL

A pandemia desnudou a pobreza escondida nas sombras de bancos sofisticados, hotéis de luxo e de uma sociedade que julgava que a miséria estava distante. Todos os sábados, entidades ligadas à Igreja e ONGs se unem para distribuir alimentos e itens básicos para milhares de pessoas que, diante da crise, perderam sua única renda.

Além disso, o Nossa mostra como anda a vida dos brasileiros que enfrentam a pandemia na Escandinávia e como cada país por lá tem enfrentado esta crise de saúde.

Teste: O que você sabe sobre o coronavírus

A pandemia do Coronavírus tem causado muitas dúvidas e preocupações nas pessoas. Diariamente lidamos com números grandes de novos casos, colapso em sistemas de saúde histórias de gente que perdeu parentes e amigos para a doença.

Uma das grandes formas de combater o vírus é a boa informação, principalmente para tomar as medidas de prevenção. Será que você sabe bastante coisa sobre o coronavírus? Faça o teste.