Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quinta-feira (18)
O Brasil viveu hoje mais um dia com mais de 1,2 mil notificações de novos óbitos provocados pelo coronavírus, o terceiro seguido. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, foram 1.238 mortes nas últimas 24 horas. Já o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte apontou 1.204.
No total, segundo os números do governo federal, o país já teve 47.748 pessoas mortas pela covid-19. O levantamento do consórcio, por sua vez, apontou um número maior: 47.869 óbitos.
O número de novos casos hoje foi de 22.765 diagnósticos na conta do governo, e 23.050 nos dados dos veículos de imprensa. Em ambos os casos, o Brasil se aproxima da marca de 1 milhão de pacientes infectados.
Sete estados apontam retração da covid-19
Se o noticiário político ferve com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a crise de saúde com a pandemia do novo coronavírus dá alguns sinais de que, em determinados estados, há retração da covid-19.
Pelo menos sete estados do país apresentam dados que apontam uma retração no percentual de contaminação na pandemia causada pelo novo coronavírus. O indicativo faz parte dos dados produzidos pelo projeto Covid-19 Analytics, feito em parceria pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Para chegar a esse número, os pesquisadores consideram o Rt, que mede a taxa de retransmissão do vírus. Quando ela está abaixo de 1, significa que a média de pessoas contaminadas por um infectado está abaixo de uma, o que indica uma redução no ritmo da epidemia.
Ontem, sete estados apresentaram essa taxa: Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Pernambuco, Roraima e Tocantins. Além deles, o Rio de Janeiro também ficou próximo desse índice e vinha apresentando percentual abaixo de um nos dias anteriores.
O caso de Pernambuco é o que mais chama atenção, com taxa de 0,98. O estado está há 19 dias com o Rt abaixo de 1 —o maior período já registrado até agora em um estado brasileiro. Já Sergipe tem o maior índice: 1,98.
Números do Brasil
O país chegou ontem a 960.309 casos e 46.665 mortes por covid-19, aponta o levantamento feito por um consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Desta forma, o país acumula dez vezes mais óbitos registrados do que a China, país onde houve o primeiro surto do novo coronavírus.
A China soma 4.645 mortes por covid-19 e não registra um novo óbito desde 17 de maio, portanto há um mês, segundo monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já o Brasil registrou 1.209 apenas nas últimas 24 horas, além de 31.475 novos casos, aponta o consórcio — os números têm como base os boletins mais recentes de cada secretaria estadual de saúde.
O Ministério da Saúde registrou 1.269 mortes e 32.188 casos nas últimas 24 horas, com total de 955.377 diagnósticos e 46.510 óbitos de covid-19 nesta pandemia.
Recorde de casos pelo mundo
O número diário de novos contaminados por coronavírus em todo o mundo atingiu o recorde ontem.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, os países informaram 176 mil diagnósticos de covid-19, número que supera com muita folga o segundo dia com maior índice de novos casos (constatado na última quarta-feira, com 139,5 mil testes positivos).
Os números foram "puxados" por Brasil, EUA (mais de 24 mil casos) e Índia (11 mil casos).
SP: Estabilidade e deslocamento para o interior
O estado de São Paulo vive uma estabilidade nas mortes por covid-19 desde a terceira semana de maio, um deslocamento dos óbitos e casos para o interior, afirmou o chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus, Carlos Carvalho.
As estatísticas mostram que em 17 de abril e 17 de maio o interior respondia por 14,6% das mortes e, conforme os números de terça-feira, a participação no total de vítimas fatais havia crescido para 19,1% (veja os dados abaixo). O dado mais recente é de 16 de junho e mostra 2.133 mortes fora da Região Metropolitana de São Paulo.
Carvalho explicou que a pandemia começou no centro expandido da capital com pessoas que se contagiaram no exterior. O segundo momento foi o avanço para o interior. O coronavírus chegou a sua terceira fase, no interior, se espalhando pelas rodovias paulistas.
O estado de São Paulo registrou 325 mortes nas últimas 24 horas por causa do novo coronavírus. O secretário de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, informou que o estado arrolou ao todo, desde o início da pandemia, 11.846 mortes.
Manaus tem diminuição de sepultamentos
Com a alta de dez pacientes na tarde de ontem, o hospital de campanha montado em Manaus para atender pacientes diagnosticados com a covid-19 chegou a 601 altas. A cidade também retomou os sepultamentos individuais depois que o número de enterros, que chegou a ultrapassar 100 por dia durante a pandemia, voltou a se estabilizar.
O hospital de campanha agora tem 21 pacientes que devem receber alta nos próximos dias. Após o último, o local deve ser fechado. A taxa de ocupação do hospital de campanha hoje é de 12%, de um total de 180 leitos ativos, entre enfermarias, semi-intensivas e UTI.
Há um mês sem ministro, Drauzio vê Saúde paralisada
Em painel sobre "O Futuro do SUS", do Brazil Forum UK, na quarta-feira, 17, o médico Drauzio Varella disse que o Ministério da Saúde foi destruído e paralisado completamente durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o médico, a pasta não deu "orientação centralizada" para o combate à doença. Drauzio defendeu, ainda, o isolamento social como "única arma para reduzir o número de infecções".
A médica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Ligia Bahia reconheceu que o SUS é "frágil", mas lembrou que é um mérito que o Brasil tenha um "sistema público e universal de saúde". "Isso tem uma importância enorme para um país de renda média, um país que é capitalista periférico", disse Ligia.
Economia: Frustração na reabertura
A reabertura do comércio em São Paulo, maior cidade do país, após quase três meses de quarentena contra o coronavírus, está frustrando os empresários. Lojistas de shopping centers e de rua dizem que as vendas desde 10 de junho mostram que o consumidor está mais avesso às compras que o esperado.
Segundo líderes das principais entidades do comércio da capital paulista, o desemprego, o receio da perda da renda e o medo de contrair a covid-19 estão atrapalhando. Se isso não mudar logo, vai haver mais falências no setor, dizem.
Depois de quase 90 dias de comércio fechado, a reabertura foi um alento, porque ainda deu para pegar um pouco do dia dos namorados. Mas ainda ficou muito longe do que era esperado
Alfredo Cotait Neto, presidente da Associação Comercial de São Paulo
Isso se mostra também no medo em relação ao desemprego. "As vendas ficaram aquém do que a gente esperava", disse o diretor e membro do conselho da Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências), Eduardo Ansarah. A entidade representa 4.500 lojas em ruas do comércio popular paulistano.
É nítido que as pessoas estão preocupadas com as contas a pagar. Quem perdeu o emprego se pergunta como vai sair do atoleiro. Ele só compra o necessário.
Eduardo Ansarah
Vacinas podem chegar no começo de 2021
A diretora de Meio Ambiente, Mudança Climática e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), María Neira, disse que considera factível a chegada de uma vacina contra a covid-19 no início de 2021, e pediu que a distribuição seja feita com "equidade".
"A data seria o início do ano que vem. Os otimistas dizem antes do final deste ano. Espero que tenham razão", afirmou Neira na conferência virtual "Covid-19: a encruzilhada da OMS".
Caberá à OMS "coordenar e arbitrar" a corrida pela vacina. Neira afirmou que "não só poderá beneficiar os países que pagaram" e lembrou que haverá subsídios e financiamento dos doadores para aqueles que têm menos condições de obter vacinas.
A OMS espera que centenas de milhões de doses de uma vacina contra a covid-19 possam ser produzidas neste ano e dois bilhões de doses até o final de 2021.
OMS: Hidroxicloroquina não reduz mortalidade
Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, afirmou que os estudos já deixam claro que a hidroxicloroquina não traz benefícios para a redução de mortalidade para pessoas contaminadas pelo coronavírus e vivendo uma situação severa.
A questão agora que está sendo investigada é se existe algum tipo de benefício como prevenção. Exames estão sendo realizados e a OMS aguarda os resultados para recomendar ou não o remédio.
As pesquisas começaram em março, com 4 mil pacientes em 20 países diferentes. Mas um primeiro sinal negativo veio do Reino Unido, com 11 mil pacientes e que indicou que não existem tais benefícioa. Segundo ela, a OMS comparou os dados britânicos com os seus e optou, finalmente, por suspender de forma definitiva.
Vimos que não havia benefício para mortalidade e decidimos que não há motivo para continuar. Isso já sabemos"
Joice com covid: 'Não é gripezinha'
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou hoje em uma rede social que recebeu diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Joice relatou ter tido crises de tosse, febre e falta de ar e que está com um quarto do pulmão comprometido.
Fundação Casa: adolescente foi isolado em banheiro
A Fundação Casa afastou na tarde de hoje o diretor da unidade de São José do Rio Preto (a 441 quilômetros de São Paulo), Ricardo Carvalho da Silva. A medida foi tomada após denúncia sobre um adolescente de 15 anos - que testou positivo para covid-19 - ter sido isolado em um banheiro desativado do centro socioeducativo.
A Fundação reconheceu que o local em que o jovem estava não tinha condições adequadas.
O adolescente de 15 anos, que tem histórico de envolvimento com o tráfico de drogas, chegou à unidade no dia 4 de junho, após agredir a própria mãe. Ele apresentava sintomas da covid-19 e, por isso, foi submetido ao teste rápido que apontou o diagnóstico positivo.
Saudades: Há jeito seguro de abraçar?
A necessidade de distanciamento social na pandemia fez com que algumas pessoas exercessem a criatividade para se abraçar. Há quem improvisou cortina de plástico para encostar nos avós ou até fez "traje anticovid-19" para abraçar a professora.
O jornal The New York Times listou dicas para quem deseja se envolver nos braços do outro, sugerindo desde prender a respiração até cronometrar o tempo de carinho. Mas será que mesmo com todas essas regras e parafernálias há risco de exposição ao vírus?
Para responder a isso, o principal problema é o número de assintomáticos, ou seja, pessoas que têm o vírus, mas não têm sintomas e, portanto, não sabem que estão doentes. Ao falar ou respirar, esse indivíduo solta partículas contaminantes, mesmo que esteja de máscara. Um abraço, então, pode ser uma ponte para que essas partículas cheguem a outra pessoa saudável.
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