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Mesmo com alta de 2,5% nos casos, Doria não descarta flexibilização em SP

28.abr.2021 - Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante entrevista coletiva na sede do Instituto Butantan, na capital paulista - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
28.abr.2021 - Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante entrevista coletiva na sede do Instituto Butantan, na capital paulista Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Beatriz Gomes, Lucas Borges Teixeira e Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo

05/05/2021 13h42Atualizada em 05/05/2021 16h41

O estado de São Paulo voltou a apresentar crescimento na média diária de novos casos, depois de apenas uma semana de queda. O índice relativo às internações estabilizou e o de óbitos teve uma leve queda. Com uma reestruturação do Plano São Paulo marcada para sexta-feira (7), o governador João Doria (PSDB) não descarta maior flexibilização.

Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes hoje, Doria afirmou que haveria "boas notícias" quanto aos indicadores da pandemia. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, no entanto, o número diário de novos casos subiu para 12.887 na última semana —aumento de 2,5% em relação à semana anterior.

Eu devo dizer baseado nas informações do Centro de Contingência que estamos otimistas com relação à evolução do processo. Evolução positiva do Plano SP, migrando talvez para uma fase menos restritiva, mas só teremos a confirmação definitiva de fato na sexta-feira.
João Doria (PSDB), governador

O aumento no número de novos casos se dá pouco mais de duas semanas depois da implementação da fase de transição do Plano São Paulo. Na semana passada, o estado comemorou pela primeira vez em dois meses a queda em todos os indicadores. Para o Centro de Contingência do Coronavírus, os dados podem conter represamento (quando não há contabilidade do total de casos durante alguns dias) e indicam mais estagnação que retrocesso.

O número de novas internações, em queda havia quatro semanas, estabilizou em 2.239 internações diárias, com um discreto decréscimo de 0,2%. Os óbitos caíram na segunda semana consecutiva, para 628 óbitos por dia, mas a queda foi de apenas -1,3%.

Segundo o governo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 78,3% no estado e 76,4% na Grande São Paulo. O porcentual passou de 90% entre março e abril. No total, 10.235 pessoas estão internadas em terapia intensiva hoje —no dia 1º de abril, eram mais de 13 mil.

dsa - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Médias diárias de casos, internações e óbitos medidas desde o último domingo (2) em São Paulo
Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

A chamada fase de transição foi anunciada em 16 de abril, depois de mais de um mês nas fases vermelha e emergencial, às quais o governo e o Centro de Contingência creditam as quedas apresentadas até a última semana. Nesta última etapa da fase, que vigora nesta semana, as regras se assemelham muito à fase laranja do Plano SP, menos rigorosa do que as anteriores.

'Exame mais profundo' dos números

O Centro de Contingência, que aconselha o governo quanto às decisões do plano, vê maiores flexibilizações com reserva. Embora os médicos achem que os números ainda precisem ser avaliados, dado um possível represamento, também não falam em maiores concessões.

"Posso dizer que o fato de haver um aumento ainda requer um exame mais profundo porque existe o atraso das notificações de caso", argumentou Paulo Menezes, coordenador do comitê, que disse ser possível que o feriado de Tiradantes, em 21 de abril, tenha ajudado a represar os dados.

Neste momento, a situação é de estabilidade naquela queda que estávamos acompanhando. Houve uma estabilidade. Essa semana é decisiva para a gente saber se vamos continuar com essa decisão.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência

João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro, também afirmou que os dados precisam ser avaliados com mais calma, mas adiantou que estes números "não indicam que haja necessidade de fazer qualquer retrocesso no nosso plano".

Esses indicadores dessa semana simplesmente mostram que houve uma redução na queda que estávamos apresentando. Eles indicam para que a população entenda que estamos ainda no enfrentamento de uma situação muito grave.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência

À Folha de São Paulo, especialistas disseram que a alta de casos acendeu uma luz amarela, de alerta.