NSA espionou Luther King e senadores dos EUA
A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos espionou o líder negro dos direitos civis Martin Luther King, o boxeador Muhamad Ali e até senadores críticos à guerra do Vietnã, revelam documentos publicados nesta quarta-feira (25).
O programa, que durou seis anos e foi chamado de "Minarete", começou no final dos anos 60 e já era conhecido, mas os nomes das pessoas investigadas foram revelados apenas agora.
Os documentos revelam que a NSA monitorou King e seu colega Whitney Young, Muhamad Ali, jornalistas do "The New York Times" e do "The Washington Post", e os senadores Frank Church (Idaho) e Howard Baker (Tennessee).
Os documentos foram publicados após um painel governamental decidir pela suspensão de seu sigilo, a pedido da George Washington University.
O crescimento da oposição doméstica à guerra levou o presidente Lyndon Johnson a determinar, em 1967, que os serviços de inteligência verificassem se os protestos eram estimulados por países estrangeiros.
Assim, a NSA atuou com outros organismos de inteligência para elaborar listas de críticos da guerra e monitorar seus telefonemas internacionais.
O programa de vigilância prosseguiu após a chegada de Richard Nixon à Casa Branca, em 1969.
O procurador-geral Elliot Richardson encerrou o programa em 1973, quando a administração Nixon começava a enfrentar o escândalo Watergate.
Segundo os pesquisadores Matthew Aid e William Burr, os abusos de espionagem durante a Guerra do Vietnã superaram amplamente os atuais excessos da NSA denunciados pelo ex-consultor da agência Edward Snowden.
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