Milícias líbias dizem ter deixado Trípoli

Em Trípoli

21/11/201317h26

Milícias líbias, inclusive dois grupos da cidade de Zintan (oeste), afirmaram nesta quinta-feira (21) que deixaram Trípoli, como pediam as autoridades e a população.

A Brigada Al Qaaqa afirmou ter devolvido às autoridades um local que tinha ocupado, antes de deixar a cidade com armas e veículos, inclusive tanques.

Outro grupo de Zintan, a Brigada Sawaek, uma das unidades mais bem armadas que lutaram contra o líder deposto Muamar Khadafi, também anunciou que se retirava da capital líbia.

Milícias de Misrata tinham começado a deixar Trípoli na segunda-feira, dia em que o exército estava mobilizado na capital da Líbia, após os confrontos na cidade entre grupos armados e milícias de Misrata, que receberam a ordem de se retirar.

As autoridades de Misrata (200 km ao leste de Trípoli) deram 72 horas a seus milicianos para deixar a capital, praticamente paralisada desde os incidentes de sexta-feira, 15 de novembro, que confrontaram a população e às milícias.

Os confrontos começaram quando uma milícia de Misrata instalada no sul da capital disparou contra os manifestantes que pediam sua retirada.

Como represália, homens armados atacaram o quartel-general da milícia, provocando confrontos que deixaram 43 mortos e mais de 450 feridos, segundo o Ministério da Saúde.

No sábado, outros grupos de Misrata chegaram a Trípoli para apoiar as milícias e provocaram novos confrontos.

Após a queda de Kadhafi, em 2011, o governo líbio usou as milícias que tinham lutado contra o regime, entre elas vários grupos islamitas, para tentar garantir a segurança do país. Mas o plano de integração destes jovens combatentes nas forças regulares fracassou.

As milícias vindas de outras cidades contribuíram para a libertação de Trípoli em agosto de 2011, mas aproveitando o vácuo do poder, nunca deixaram a cidade.

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