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Ativista pró-independência de Hong Kong é condenado a três anos e meio de prisão

Tony Chung é o ativista pró-independência mais jovem a ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional - Isaac Lawrence/AFP
Tony Chung é o ativista pró-independência mais jovem a ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional Imagem: Isaac Lawrence/AFP

Em Hong Kong

23/11/2021 11h23Atualizada em 23/11/2021 14h33

Um jovem ativista pró-democracia de Hong Kong foi condenado hoje a três anos e meio de prisão após se declarar culpado de "secessão" em virtude da Lei de Segurança Nacional.

Tony Chung, de 20 anos, é o ativista mais jovem a ser condenado por essa legislação, imposta em junho de 2020 pela China e que permite reprimir qualquer dissidência neste centro financeiro, antes considerado um lugar privilegiado de liberdade de expressão.

No início de novembro, ele se declarou culpado da acusação de "secessão" e outra de "lavagem de dinheiro", enquanto afirmou, com provocação, que "não tinha nada a ser censurado".

Tony Chung era líder da associação estudantil Student Localism, fundada em 2016 e que reivindicava a independência de Hong Kong.

Pequim impôs a Lei de Segurança Nacional para encerrar as numerosas e frequentemente violentas manifestações que abalaram a cidade em 2019. A Student Localism foi dissolvida algumas horas depois da entrada da lei em vigor.

As autoridades acusaram Chung de ter continuado com a associação com a ajuda de militantes estrangeiros e de ter solicitado doações pelo PayPal, o que constituiria lavagem de dinheiro.

A acusação afirmou que a associação publicou mais de 1 mil mensagens nas redes sociais nas quais pedia, entre outras coisas, que "o regime colonial comunista chinês" fosse eliminado e "uma República de Hong Kong" fosse construída.

Algumas mensagens citadas pelos promotores remontam a um período anterior à entrada da lei de segurança nacional em vigor, apesar de as autoridades de Hong Kong terem afirmado que não seria retroativa.

Hoje, Stanley Cha, um dos juízes escolhidos pelo governo para julgar casos de segurança nacional, afirmou que a intenção criminosa de Chung era "clara para todos", tanto nas redes sociais quanto nas entrevistas, nas ruas e nas escolas.

O jovem militante já cumpriu mais de um ano de prisão depois de ter sido preso no final de outubro de 2020 por policiais à paisana, a poucos metros do consulado dos Estados Unidos, no qual desejava solicitar asilo.