Conteúdo publicado há 10 meses

Governo do Hamas anuncia morte de jornalistas em bombardeio de Israel

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste domingo (7) que dois jornalistas palestinos morreram em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.

Mustafa Thuria, cinegrafista independente que trabalhava para a AFP, e Hamza Wael Dahdouh, repórter da rede de TV Al-Jazeera, morreram quando viajavam em um veículo, informou o ministério, que condenou o "crime hediondo cometido pelo exército de ocupação israelense".

Em comunicado, a rede Al-Jazeera também condenou "energicamente o ataque realizado nesta manhã pelas forças de ocupação israelenses contra o veículo de jornalistas palestinos", após filmar o bombardeio a uma casa localizada em Rafah, sul de Gaza.

A AFP solicitou uma reação do Exército israelense e os militares responderam pedindo as "coordenadas" geográficas do local do ataque.

O pai de Hamza, Wael al Dahdouh, editor-chefe do escritório da Al Jazeera na Faixa de Gaza, havia perdido sua esposa e outros dois filhos em um ataque israelense nas primeiras semanas da guerra.

"Espero que o sangue do meu filho Hamza seja o último derramado pelos jornalistas e pelo povo da Faixa de Gaza", acrescentou Dahdouh, que foi visto em prantos enquanto abraçava o corpo de seu filho no hospital.

Thuria, de cerca de 30 anos, trabalhava como freelancer para a AFP desde 2019 e também colaborava com outros veículos de comunicação, incluindo AP, Reuters, Al-Jazeera e CNN, segundo colegas da AFP.

Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP, declarou que a agência estava "comovida" com a morte de Mustafa. "Condenamos energicamente todos os ataques contra jornalistas exercendo seu trabalho, e é essencial que tenhamos uma explicação clara sobre o que aconteceu."

"Aparentemente, um ataque israelense atingiu seu veículo. Definitivamente é um massacre sem fim", condenou o diretor-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire.

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A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro, após um ataque de combatentes do movimento islamista palestino em território israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, segundo um registro da AFP baseado em números das autoridades israelenses.

A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Entre 7 de outubro e 31 de dezembro, pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores da imprensa morreram - 70 palestinos, quatro israelenses e três libaneses -, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, sediado em Nova York.

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