"Carregador de malas" de doleiro pede perdão judicial
O 'carregador de malas de dinheiro' do doleiro Alberto Youssef pediu perdão judicial. Na defesa preliminar entregue à Justiça Federal no Paraná, base da operação Lava Jato, os advogados de Rafael Ângulo Lopez, um dos delatores do esquema de corrupção e propinas na Petrobras, requereu o benefício maior alegando 'notória efetividade da colaboração'.
"Com efeito, sem a crucial colaboração do acusado, não teria sido possível desvendar os intrincados meandros dos esquemas que vieram à tona posteriormente. Foi ele quem, por primeiro, inaugurou searas fáticas inéditas que teriam passado ao largo da apuração, não fosse sua decisiva colaboração", assinala a defesa na petição ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações criminais da Lava Jato.
Os advogados alegam que Ângulo apresentou planilhas com nomes e números, extratos bancários, e-tickets de viagem, pendrives, endereços, números de telefone, destinatários, "detalhando minuciosamente o modus operandi da organização criminosa".
Ângulo é apontado pela força-tarefa do Ministério Público Federal e pela Polícia Federal como um dos organizadores do esquema de Youssef para entrega de propinas. Ele revelou que nas planilhas o doleiro identificava políticos com a denominação 'band', em referência a bandidos.
A prática, segundo Ângulo, começou a partir de uma conversa com Youssef em que, ao questionar o doleiro sobre determinada entrega feita a um político, ele teria ouvido: "anota pro Bando" ou "anota pra este bandido", referindo-se a um político. Em razão disso, segundo declarou à PF, ele abreviou o termo como forma de se recordar dos políticos e passou a utilizar a expressão 'band'.
A defesa de Ângulo está sob responsabilidade dos advogados Adriano Sérgio Nunes Bretas, André Luis Pontarolli, Tracy Joseph Reinaldet e Matteus de Paula Macedo, criminalistas estabelecidos em Curitiba (PR), base da Lava Jato.
Os defensores destacam vários trechos dos depoimentos de Ângulo à Polícia Federal, principalmente aqueles em que ele revela a proximidade do doleiro com o ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), preso duas vezes, uma pelo Mensalão, a outra mais recentemente, em abril, já no âmbito da Lava Jato.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.