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Bolsonaro nega ter feito acordo para vetar juiz de garantias da lei anticrime

Para o presidente, saldo do pacote anticrime que foi apresentado pelo ministro Sergio Moro ao Congresso foi "excelente" - Evaristo Sa/AFP
Para o presidente, saldo do pacote anticrime que foi apresentado pelo ministro Sergio Moro ao Congresso foi "excelente" Imagem: Evaristo Sa/AFP

Camila Turtelli e Nicholas Shores

Brasília

26/12/2019 20h24

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não fez acordo com ninguém sobre vetar o trecho que prevê a criação do juiz de garantias no pacote anticrime, sancionado por ele esta semana.

A medida determina que cada processo penal seja acompanhado por dois juízes: o juiz de garantias atua apenas na fase da investigação criminal, ao passo que, a partir do recebimento da denúncia, o processo fica a cargo de outro magistrado.

Para Bolsonaro, o saldo do pacote anticrime que foi apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao Congresso no começo do ano foi "excelente". "Se eu tivesse sancionado o dispositivo que tratava de pena para crime na internet, estaria censurando", disse.

Ele reafirmou que o processo de aprovação do pacote é democrático e que ele mantém um bom relacionamento com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e "cordial" com os presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).

"Alguns acham que eu deveria me isolar, ter um comportamento exclusivamente para atender esses internautas, temos de ter paciência", disse.

Bolsonaro disse ainda que o juiz de garantias não vai criar novas despesas, pois, segundo ele, o instituto será financiado pelo orçamento existente do Judiciário. "Se juiz de garantias te prejudicar, não vota mais em mim", disse o presidente em live nas redes sociais.