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Reunião com governadores do Sudeste tem bate-boca entre Bolsonaro e Doria

19.mar.2020 - O governador de São Paulo, João Doria, durante coletiva para falar de medidas de combate ao coronavírus - Reprodução/YouTube
19.mar.2020 - O governador de São Paulo, João Doria, durante coletiva para falar de medidas de combate ao coronavírus Imagem: Reprodução/YouTube

Patrik Camporez

Brasília

25/03/2020 10h38

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que ele deveria "dar exemplo ao país e não dividir a nação em tempos de pandemia". A declaração foi feita durante reunião virtual do presidente com os quatro governadores do Sudeste, na manhã de hoje.

Segundo pessoas que participaram da reunião, Bolsonaro se exaltou com a declaração do governador de São Paulo e chegou a chamá-lo de "leviano" e "demagogo".

Bolsonaro também reclamou que Doria teria se apoderado do nome dele nas eleições de 2018 e depois "virou as costas", como fez todo mundo. "Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque", disse Bolsonaro a João Doria.

A fala de Doria durou cerca de cinco minutos.

"Sem diálogo não venceremos a pior crise de saúde pública da história de nosso país. Bolsonaro, inicio na condição de cidadão, de brasileiro, lamentando seu pronunciamento de ontem à noite à nação. Nós estamos aqui, os quatro governadores do Sudeste, em respeito ao Brasil e aos brasileiros, e em respeito também ao diálogo e ao entendimento. O senhor, como presidente da República, tinha que dar o exemplo. Tem que ser um mandatário para comandar, para dirigir e para liderar o país, e não para dividir", disse o governador paulista.

Ainda segundo Doria, o objetivo principal do governo seria salvar vidas.

"A nossa prioridade é salvar vidas, presidente. Estamos preocupados com as vidas de brasileiros em nossos estados. Preservando também empregos e o mínimo que a economia possa se manter ativa. Os estados estão conscientes disso e governadores também".

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também cobrou liderança e responsabilidade do presidente da República.

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