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Lira: Pesquisa é retrato do momento e Bolsonaro está no seu pior momento

Para Lira, complicações envolvendo a aquisição e distribuição de vacinas contra a covid-19 beneficia Lula - Ueslei Marcelino/Reuters
Para Lira, complicações envolvendo a aquisição e distribuição de vacinas contra a covid-19 beneficia Lula Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Camila Turtelli

Em Brasília

25/05/2021 11h55Atualizada em 25/05/2021 12h21

Para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu aliado, está em seu pior momento devido às complicações com as vacinas contra a covid-19 no país e ao período de três meses, no início do ano, sem o auxílio emergencial.

Essa situação, para Lira, foi refletida nas pesquisas mais recentes de intenção de voto para 2022, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria em "seu melhor momento".

De acordo com o presidente da Câmara, é cedo para analisar o cenário das próximas eleições e, até lá, o centro vai escolher qual dos dois lados da polarização "é melhor para governar".

"A pesquisa é o retrato do momento. Estamos com uma complicação de vacina, uma ausência que passou três meses sem o auxílio emergencial, a população mais carente privada. Então, na minha visão, o presidente Bolsonaro está no seu pior momento e o candidato e ex-presidente Lula está no seu melhor momento. Então, fazer uma análise de quem vai estar melhor ou pior daqui um ano, é muito relativo. Acho que as coisas têm de andar na sua normalidade", disse Lira hoje em evento do BTG Pactual.

Lira disse ainda que não acredita na possibilidade de uma terceira via. "Não houve desde 1989", afirmou.

"Nessa eleição, com a polarização que existe, eu não acredito que vá haver terceira via, porque os dois vão convergir para o centro e o centro vai escolher qual melhor dos dois para governar em 2022", afirmou.

Jair Bolsonaro ainda está sem partido e já foi convidado a se filiar à legenda de Lira, o Progressistas. Lira, no entanto, não quis comentar sobre esse assunto e disse que o tema fica a cargo do presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira.

Lira ainda fez uma série de acenos ao mercado financeiro. "Ser ou não ser a favor do mercado? É como perguntar o sr. é a favor da lua ou do ar?", disse.

Ele citou aprovações do Congresso, como a medida provisória que abre o caminho para a privatização da Eletrobras e também a autonomia do Banco Central. "Podem ter certeza que não tenho medo nem do tombo e nem do coice", disse.

Apesar de acreditar na existência da polarização, o presidente da Câmara afirmou que é preciso afastar a ideia dos extremos na política brasileira e que o Congresso Nacional faz o papel do caminho do meio.

Ele criticou ainda a polarização na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Lira é contra a investigação nesse momento.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.