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Abin identificou financiadores de 103 ônibus para atos golpistas

Relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro identificou os responsáveis pelo financiamento de 103 ônibus utilizados em caravanas para os atos golpistas do início deste ano.

Os documentos, que somam 390 páginas, miram os financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro. A Abin identificou nomes como o Pedro Luis Kurunczi, que foi responsável por contratar quatro ônibus com destino a Brasília.

Kurunczi é sócio de ao menos dez empresas nos ramos imobiliário e da construção civil. Além dele, outros dois empresários financiaram a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro. Marcelo Panho e Marcos Oliveira Queiroz custearam dois ônibus cada.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou à CPMI do 8 de Janeiro que no dia 7 de janeiro já haviam chegado 105 ônibus fretados em Brasília. Os veículos transportaram 3.951 passageiros. No dia da invasão às sedes dos Três Poderes, outros 40 ônibus chegaram à capital federal.

Os relatórios da Abin ainda identificaram o financiamento de dois ônibus pelo Sindicato Rural da cidade de Castro (PR), organização que já havia sido mencionada na lista da Advocacia Geral da União (AGU de suspeitos de financiar os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Outro trecho dos documentos produzidos pela Abin apontam os integrantes do Movimento Brasil Verde Amarelo, organização do produtores rurais do Centro-Oeste, como "articuladores dos atos intervencionistas".

"(O Movimento) foi um dos principais articuladores dos atos intervencionistas e em apoio ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro nos últimos anos, com recursos econômicos e disposição para financiar transporte de manifestantes e ações extremistas", diz o relatório.

Nos documentos, a Abin ainda aponta a participação do grupo no financiamento de outros eventos extremistas anteriores ao dia 8 de janeiro, como os acampamentos golpistas em frente ao Quarto General do Exército em Brasília e os bloqueios de estradas após a derrota de Bolsonaro para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

O Movimento também atuou no transporte de manifestantes no 7 de setembro de 2021, quando Bolsonaro convocou mega atos de apoio em todo o País que acenavam para possíveis tentativas de ruptura institucional.

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