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Presidente da Indonésia promete"melhores esforços" para evitar execução de brasileiros

25/09/2012 20h26

A presidente Dilma Rousseff ouviu do presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, que o líder asiático fará seus "melhores esforços" para evitar a execução de dois brasileiros presos e condenados à morte no país por tráfico de drogas.

Em um encontro bilateral paralelo à Assembleia da ONU, em Nova York, a presidente disse que esta "é uma boa notícia para as famílias" dos brasileiros, mas evitou detalhar exatamente o que significariam os "melhores esforços" do colega indonésio.

"É uma boa notícia para as famílias, porque são os melhores esforços de um presidente da República", disse Dilma a jornalistas.

"Obviamente, tem todo o respeito, que no nosso caso teria também, em relação ao Judiciário. Mas, eu vou falar para vocês, eu senti uma melhoria muito grande no ambiente."

Dois brasileiros estão presos na Indonésia por tráfico: Marco Archer Cardoso Moreira, cuja data da execução chegou a ser alvo de uma reportagem do jornal Jakarta Post, e Rodrigo Muxfeldt Gularte.

Moreira foi condenado à pena de morte em 2004 por tentar entrar no país com mais de 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de armação de uma asadelta. Gularte foi pego trazendo a mesma substância escondida em uma prancha de surfe.

Cartas de apelo

"Eu entreguei duas cartas de apelo pelos dois brasileiros", relatou Dilma. "E foi muito boa a atitude dele (do presidente Susilo Bambang), porque ele me prometeu, vou citar assim literalmente, fazer os melhores esforços."

Segundo Dilma, "ele disse que entendia perfeitamente a diferença de cultura e de hábitos no que se refere a nós não termos no Brasil a pena de morte".

"Eu disse a ele que ficava muito satisfeita de ele entender esse aspecto. Nós entendíamos que a legislação dele era diferente da nossa, mas que era uma questão humanitária. Ter uma atitude humanitária em relação a não punir com pena de morte, uma vez que no Brasil isso não é algo admissível."

O porte de drogas é punido com a pena capital na Indonésia. De acordo com estimativas da organização Anistia Internacional, no país há cerca de cem prisioneiros aguardando execução e pouco mais da metade desses são estrangeiros, a maior parte deles envolvidos com o porte ilegal das substâncias.

Segundo o relatório anual da ONG, no ano passado seis pessoas receberam a sentença capital. Entretanto, desde 2008 a Justiça não realiza execuções.