Familiares de Bradley Manning, condenado a 35 anos de prisão por revelar documentos secretos ao Wikileaks, afirmaram nesta quarta-feira que esperavam uma condenação mais dura para o ex-soldado, que também foi expulso com desonra do Exército dos Estados Unidos.

"É menos do que pensávamos, isso é algo bom", disse Kevin Fox, tio do soldado à emissora britânica "BBC". A família esperava que a sentença ditada hoje pela corte militar se aproximasse dos 60 anos pedidos pela promotoria depois de ser declarado culpado de 20 das 22 acusações que sofria.

"Sei que agora virá uma apelação, portanto espero que a pena se reduza ainda mais. Pelo menos é menor do que esperavam. Em minha opinião, não deveriam tê-lo condenado a nenhum tempo de prisão. Aos meus olhos é um herói", declarou o tio de Manning.

Ao ser perguntado sobre como acredita que o sobrinho reagiu à sentença, Fox afirmou que não tem como saber: "Faz tempo demais que não o vejo. As pessoas mudam".

Fox é irmão da mãe do ex-soldado, Susan, que vive em Pembrokeshire, cidade com população de 100 mil habitantes a oeste de Gales, e que se casou com um militar americano, Brian Manning, que servia em uma base naval no litoral galês.

O filho de ambos ocupou um posto de analista de inteligência no Iraque durante pouco mais de meio ano, até sua detenção por ter vazado ao Wikileaks quase meio milhão de registros das guerras do Iraque e Afeganistão, e mais de 250 correspondências diplomáticas.