Ataques aéreos no Iraque matam 22 e deixam 36 feridos

De Bagdá

Pelo menos 22 pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas nesta quarta-feira (25) por bombardeios de aeronaves do Iraque e da Síria perto da disputada refinaria de Biji e da fronteira entre os dois países, informaram fontes de serviços médicos e de segurança locais à Agência Efe.

Os ataques dos aviões iraquianos causaram a morte de 16 pessoas em áreas residenciais vizinhas à refinaria, que fica ao norte da capital Bagdá e é a maior do Iraque. Um casal e seus dois filhos, além de outros quatro homens, quatro mulheres e quatro crianças morreram nesse ataque e 30 civis ficaram feridos, segundo uma fonte dos serviços médicos.


Tanto o Exército iraquiano como os insurgentes sunitas reivindicaram nos últimos dias o controle da refinaria, onde ocorrem sangrentos combates.

Também hoje, aviões de combate sírios atacaram a região de Al Beash, próxima à fronteira com a Síria e cerca de 120 quilômetros a noroeste da cidade iraquiana de Mossul.

O bombardeio, que matou seis civis e feriu outros seis, atingiu a sede da administração local e duas casas vizinhas, segundo uma fonte dos serviços de segurança local.

Ontem, 70 pessoas morreram e 140 ficaram feridas em ataques aéreos sírios nas regiões de Al Qaim e Al Rotba, na província de Al Anbar, no oeste do Iraque.

O posto de fronteira de Al Qaim, assim como as cidades vizinhas de Raua e Aana, foram tomadas nos últimos dias por insurgentes sunitas, dentro de sua ofensiva contra o governo do xiita Nouri al Maliki.

A província de Al Anbar é reduto do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que também tem outra área de grande influência na província de Al Raqqah, na Síria, e tenta dominar mais territórios para formar um emirado islâmico entre os dois países.

Entenda a violência no Iraque
  • O que está acontecendo?
    Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá
  • Quem está atacando?
    O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que surgiu da união de diversos grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA e que recentemente criou um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Al-Baghdadi
  • O que é um califado?
    É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre
  • Qual a força do EI?
    O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri
  • Quem está na mira do EI?
    Cerca de 50 mil membros da minoria yazidi, que estão isolados em montanhas no noroeste do Iraque, sem comida nem água, depois de terem fugido de suas casas, e cristãos, que chegaram a ser crucificados. Mulheres tem sido forçadas a se submeter à mutilação genital e usar véus cobrindo o corpo inteiro
  • O Iraque pode se dividir?
    Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada

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