Topo

Esse conteúdo é antigo

Vulcão nas Canárias: lava destrói quase 200 casas e desloca 6 mil habitantes

22.set.2021 - Imagem de um vídeo feito por um drone noturno mostra o vulcão em erupção e a lava a caminho do mar na ilha de La Palma, na Espanha - Spanish Emergency Military Unit (UME)/Reuters
22.set.2021 - Imagem de um vídeo feito por um drone noturno mostra o vulcão em erupção e a lava a caminho do mar na ilha de La Palma, na Espanha Imagem: Spanish Emergency Military Unit (UME)/Reuters

22/09/2021 02h48

Quase 200 casas foram destruídas pela lava, mais de 6 mil pessoas tiveram de deixar a cidade e um rio de magma continua seu caminho até o mar: essas são as imagens deixadas pelo vulcão Cumbre Vieja após a erupção na ilha de La Palma, na Espanha, no último domingo.

A lava está devastando tudo em seu caminho para a costa da ilha no arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, embora a um ritmo mais lento do que o esperado, em torno de 120 metros por hora.

Desde a erupção do vulcão a lava já varreu 180 casas, de acordo com o sistema europeu de monitoramento de emergência baseado no espaço Copérnico. Porém, o número certamente aumentará.

No caminho para o mar, os fluxos de lava já chegaram ao último obstáculo, no que diz respeito ao centro urbano: Todoque, uma cidade de cerca de 1,2 mil habitantes no município de Los Llanos, no sudoeste de La Palma, que forçou a saída de seus habitantes.

Especialistas e funcionários públicos concordam que o magma chegará ao mar, mas não sabem quando isso acontecer. Por isso foram tomadas precauções, pois é previsível que quando a lava entrar em contato com água salgada a uma temperatura de 1 mil graus Celsius, liberará gases tóxicos e provocará explosões.

Esse momento será crítico, como advertiu hoje o presidente do governo regional das Ilhas Canárias, Ángel Víctor Torres. Por essa razão, todas as administrações - a espanhola, a canária e a ilha de La Palma - estão pedindo à população para não se dirigir às estradas próximas ao vulcão, nem se aproximar dos fluxos de lava.

Torres alertou que situação está longe de ser segura, como ficou demonstrado ontem à noite pelo aparecimento de uma nova boca eruptiva a 900 metros da principal.

Nessa linha, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez pediu cautela e anunciou que La Palma será declarada como uma zona de emergência. Ele deixará a região apenas por algumas horas para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e deverá acompanhar o rei Felipe VI em sua visita à ilha na próxima quinta-feira.

Além disso, as Ilhas Canárias poderão solicitar ajuda dos Fundos de Solidariedade da União Europeia para aliviar os danos causados pela erupção do vulcão, que vale mais de 400 milhões de euros.

Segundo o Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca), a lava flui ao longo de duas línguas: uma delas, a sudoeste, tem "movimento mínimo", apenas 2 metros por hora, e o comitê científico duvida que ela será reativada. A outra está avançando pela encosta e já entrou em Todoque.

O diretor técnico do Pevolca, Miguel Ángel Morcuende, disse que a deformação acumulada da superfície próxima à zona de erupção é de 25 centímetros, um dado importante para demonstrar a tensão na câmara interior do vulcão e que, segundo ele, "nos diz que continuará havendo uma erupção".

Outro fato muito importante para saber quando a erupção pode terminar é a emissão de dióxido de enxofre na atmosfera, que o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan) estima entre 7.997 e 10.665 toneladas por dia.

O Pevolca também adverte que a grande espessura da parede de lava que avança em direção ao mar em La Palma, até 12 metros em alguns pontos, pode causar a formação de grandes fragmentos de fluxo de lava em áreas mais íngremes. Há o risco de que eles se destaquem da frente e atinjam distâncias maiores.