As bikes roubadas do Leblon
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Acusado de roubar a própria bicicleta elétrica no Leblon, área nobre do Rio, o instrutor de surfe Matheus Ribeiro passou de vítima a culpado. Nesta semana, quase seis meses depois do caso, a denúncia contra ele foi arquivada.
PEDALADA... O vídeo rodou o Brasil. Ciosa para saber se Ribeiro roubou a bike em que estava montado, um casal formado por um rapaz e uma moça brancos só se dá por satisfeita após tentar sem sucesso abrir o cadeado do veículo. Dias depois, a reviravolta. A denúncia por calúnia não andou, mas polícia apreendeu a magrela e indiciou Ribeiro. A bike que ele havia comprado por R$ 4,2 mil tinha sido roubada. O inquérito por interceptação só foi arquivado nos últimos dias.
IRONIA... Também dias depois, a polícia prendeu o verdadeiro ladrão, um homem branco conhecido por furtos na região e apelidado de Loirão.
IRONIA [2]... Hoje, uma das regiões o com metro quadrado mais caro do Brasil, o que afasta negros de morar por lá, o Leblon já foi no passado o reduto de abolicionistas, que acolhiam escravizados fugidos.
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FOTO 3X4... Após 20 dias preso pela suspeita de um roubo, o supervisor de cargas Alberto Meyrelles de Santa Anna Júnior, 39, foi solto. Ele foi para a cadeia após policiais encontrarem a carteira dele, roubada dias antes, no carro usado pelos assaltantes.
"Passei dias tentando provar minha inocência. O pior de tudo é você ser inocente e ir preso por algo que você não fez, isso que é triste, a maior injustiça. Mas a Justiça não vê isso, não lê o processo. Aí, o pobre que sempre paga pelo erro"
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AS VÍTIMAS... Antes de morrer, os meninos de Belford Roxo (RJ) foram vistos com sacos de pão, gaiolas de passarinhos e indo a uma feira.
OS ALGOZES... Quatro suspeitos de envolvimento no assassinato do trio possuíam extensa ficha criminal: associação para o tráfico, homicídio e tortura estão entre os crimes.
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PEGA A VISÃO
Não saber quem é Gkay não faz de ninguém superior aos 17 milhões de seguidores da humorista no Instagram e aos outros milhares que se interessaram por ela a partir da badalada festa. Muita gente aproveitou para se colocar em um 'grau elevado' por não estar inteirado do universo das estrelas da cultura de massa, muitas produzidas e reconhecidas a partir da internet
André Santana, colunista de Notícias, em "Não saber quem é GKay não faz de você melhor que ninguém"
- Ainda em Notícias, Chico Alves informa que o Delegado Saraiva denuncia ao MP manipulação na alocação de agentes da PF;
- Em Splash, Marcelle Carvalho ouve dos gêmeos de 'Quanto Mais Vida, Melhor!': 'Fizemos prova um no lugar do outro';
- Em Universa, Ana Paula Xongani dá a dica: Espaço Utomi celebra gastronomia e pluralidade negra;
- Em Tilt, Akin Abaz questiona: Será que o metaverso vai emplacar em meio à desigualdade social no país?;
- Em Ecoa, Alexandre Ribeiro escreve uma Carta para a Favela de um saudoso apaixonado, enquanto Dona Jacira tece a linda crônica Sem governo.
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DANDO A LETRA
Muito tem se falado na pauta climática sobre soluções baseadas na natureza. E eu digo que tem que ser soluções baseadas na natureza e no território. Tem que pensar o que é esse espaço, quem são as pessoas que moram ali.
Marcelo Rocha, ativista
Engajado em causas desde adolescente, o fundador do Instituto Ayika contou a Ecoa como sua luta envolve mudança do clima, raça e território.
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SELO PLURAL
"A própria política do país considera e reforça a leitura como um comportamento de elite. Sempre li Machado de Assis, mas não sabia que ele era negro, a foto de referência nos livros não mostra"
Volp, escritor e roteirista
O filho de uma professora e diretora de escola sempre teve dificuldade em encontrar referências negras nos muitos livros que a mãe levava para casa. Neste episódio de Papo Preto, ele conversa com Yago Rodrigues sobre a falta de negros na literatura e como ele está trilhando o seu caminho para tentar se tornar referência para futuras gerações.
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#TBT
Não é só o Leblon que ergueu prédios luxuosos sobre as memórias da presença de pessoas negras. Ecoa já contou como diversos grupos reconstroem narrativas apagadas pelo racismo por meio de roteiros urbanos, livros e mapas. Do Anhangabaú e o Pátio do Colégio, no centro de São Paulo, ao Cais do Valongo, no Rio, essa galera mostra como as histórias de pessoas negras foi enterrada debaixo de muito concreto.
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