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China rejeitou plano de líder de Hong Kong para apaziguar manifestantes, dizem fontes

Manifestantes tentam se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia no distrito de Tai Po durante uma greve geral em Hong Kong - Philip Fong/AFP
Manifestantes tentam se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia no distrito de Tai Po durante uma greve geral em Hong Kong Imagem: Philip Fong/AFP

Por James Pomfret e Greg Torode

Em Hong Kong

30/08/2019 10h00

No início do segundo semestre, a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, enviou um relatório ao governo chinês avaliando as cinco principais exigências dos manifestantes e revelou que retirar um projeto de lei de extradição polarizador poderia ajudar a desarmar a crise política crescente no território.

O governo central da China rejeitou a proposta de cancelar o projeto de lei de extradição e ordenou que Lam não cedesse a nenhuma das outras exigências dos manifestantes na ocasião, disseram três fontes com conhecimento direto da questão à Reuters.

O papel da China no direcionamento de como Hong Kong lida com os protestos já era suspeitado por muitos, e justificado por comunicados severos a respeito da soberania do país e dos objetivos "radicais" dos manifestantes na mídia estatal.

A rejeição da China à proposta de Lam para resolver a crise, detalhada pela primeira vez à Reuters, representa indícios concretos da extensão do controle chinês sobre a reação do governo de Hong Kong aos tumultos.

O governo central da China repreendeu os protestos e acusou potências estrangeiras de atiçarem a revolta. O Ministério das Relações Exteriores alertou outras nações a não interferirem em Hong Kong diversas vezes, reiterando que a situação no local é um "assunto interno".

O relatório de Lam sobre os tumultos foi redigido antes de uma reunião sobre Hong Kong em Shenzhen no dia 7 de agosto a cargo de autoridades chinesas de alto escalão, que examinaram a viabilidade das cinco exigências dos manifestantes, e analisou como ceder a algumas delas poderia acalmar os ânimos, disseram os indivíduos com conhecimento direto do tema.

Além da retirada do projeto de lei de extradição, as outras exigências analisadas no relatório foram: um inquérito independente sobre os protestos; eleições totalmente democráticas; o fim do termo "rebelião" na descrição dos protestos; e o fim das acusações apresentadas contra as pessoas que já foram presas.

A retirada do projeto de lei e um inquérito independente foram vistos como os mais viáveis politicamente, de acordo com uma autoridade governamental graduada de Hong Kong, que pediu anonimato para falar. Ele disse que a medida foi vista como uma forma de ajudar a pacificar alguns dos manifestantes mais moderados que se revoltaram com o silêncio de Carrie.

Ela disse que o projeto de lei está "morto", mas se recusou a dizer explicitamente que ele foi "retirado".

Outro dos três indivíduos afirmou que "eles disseram 'não' a todas as cinco exigências. A situação é muito mais complicada do que a maioria das pessoas percebe".

(Reportagem adicional de Clare Jim, Farah Master e da redação de Pequim)