Irmã de líder norte-coreano diz que nova cúpula é improvável, mas pode acontecer 'surpresa'
Kim Yo Jong, a irmão do líder da Coreia do Norte, disse que uma nova cúpula com os Estados Unidos seria útil somente para Washington a esta altura, acrescentando que o país não tem intenção de "ameaçar os EUA", de acordo com a mídia estatal.
Ela disse que, em sua opinião, é improvável haver outra cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente norte-americano, Donald Trump, neste ano, mas que "uma coisa surpreendente ainda pode acontecer", relatou a agência de notícias KCNA nesta sexta-feira.
Na quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse estar "muito esperançoso" com a retomada das conversas de desnuclearização com a Coreia do Norte e pareceu deixar aberta a possibilidade de outra cúpula entre os líderes dos dois países.
Os comentários de Kim Yo Jong vieram um dia depois de Stephen Biegun, vice-secretário de Estado norte-americano a cargo da Coreia do Norte, finalizar três dias de reuniões em Seul, onde rejeitou as especulações segundo as quais estaria tentando se reunir com autoridades norte-coreanas durante sua visita, mas disse que sua nação está disposta a conversar.
Comunicados norte-coreanos recentes refutaram a ideia de novas conversas, e Kim reiterou as objeções de Pyongyan ao que vê como políticas hostis e oportunistas dos EUA.
"Gostaríamos de deixar claro que isso não significa necessariamente que a desnuclearização não é possível", disse Kim Yo Jong. "Mas o que queremos dizer é que não é possível nesta altura".
Seus comentários adotaram um tom algo mais suave do que declarações anteriores, e ela até observou que recebeu uma permissão especial para ver gravações das comemorações recentes do Dia da Independência de 4 de julho nos EUA.
"Não temos a menor intenção de representar uma ameaça aos EUA... tudo correrá tranquilamente se eles nos deixarem em paz e não nos provocarem", acrescentou.
Kim disse que não ficou claro se mensagens conflitantes de engajamento e pressão de Trump e seus assessores são "um esquema intencional ou um resultado do controle frouxo do presidente sobre o poder".
Ela disse que seu irmão a instruiu a transmitir cumprimentos a Trump e lhe desejar sucesso no trabalho.
Mas mesmo que o relacionamento entre os líderes seja bom, Washington voltará a ser hostil, e a Coreia do Norte precisa formular suas políticas se preparando para outros líderes que não Trump, disse Kim.
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