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Fortalecimento da democracia depende de imprensa livre, defende Toffoli

Toffoli definiu a atividade jornalística como "potente ferramenta de combate à desinformação" - Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Toffoli definiu a atividade jornalística como "potente ferramenta de combate à desinformação" Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

26/08/2020 18h11Atualizada em 26/08/2020 18h14

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse hoje que o fortalecimento da democracia depende de uma imprensa "verdadeiramente livre" — comentário feito dias após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter ofendido jornalistas publicamente em duas ocasiões

"A atividade jornalística é um importante meio de apreensão da realidade factual, sendo uma potente ferramenta de combate à desinformação, esse mal que atormenta democracias pelo mundo todo", disse.

"O contínuo fortalecimento de nossa democracia depende, portanto, de uma imprensa verdadeiramente livre. Reitero o que já afirmei neste plenário: sem imprensa livre, não há liberdade de expressão nem de informação. Sem imprensa livre, não há democracia."

A fala de Toffoli foi feita na abertura da sessão no plenário do Supremo durante o lançamento do catálogo em homenagem ao fotojornalista Gervásio Baptista, morto no ano passado aos 95 anos e que retratou por seis décadas autoridades públicas. O último emprego de Gervásio foi no Supremo.

No domingo, Bolsonaro disse ter vontade de "encher a boca" de um repórter de "porrada" após ser questionado sobre supostos depósitos feitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ex-assessor parlamentar Fabricio Queiroz.

"Vontade de encher tua boca com uma porrada, tá?", afirmou o presidente após pergunta feita por jornalista do jornal O Globo, de acordo com áudio divulgado pelo jornal. A declaração foi dada durante visita feita por Bolsonaro à Catedral de Brasília.

Um dia depois, em evento chamado "Vencendo a Covid-19" em que Bolsonaro fez apologia ao uso da hidroxicloroquina, o presidente voltou a criticar os jornalistas, a quem chamou de "bundões", e afirmou que teriam mais chance de morrer se contaminados pela doença.