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Países ricos não pagaram US$ 100 bi em financiamento climático, diz OCDE

Onda de calor na Europa: temperaturas levaram a situações de emergência em locais como Espanha, Portugal e Reino Unido - REUTERS/Tom Nicholson
Onda de calor na Europa: temperaturas levaram a situações de emergência em locais como Espanha, Portugal e Reino Unido Imagem: REUTERS/Tom Nicholson

Kate Abnett

29/07/2022 09h38

Os países ricos não cumpriram uma promessa antiga de entregar 100 bilhões de dólares para ajudar os países mais pobres a lidar com as mudanças climáticas, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta sexta-feira.

Em 2009, os países desenvolvidos prometeram que até 2020 transfeririam 100 bilhões de dólares por ano para Estados vulneráveis — atingidos por impactos e desastres climáticos cada vez mais severos.

Mas eles forneceram 83,3 bilhões de dólares em 2020 - ficando 16,7 bilhões de dólares abaixo da meta, disse a OCDE.

O fracasso em atingir a meta não é surpresa. A OCDE usa dados da Organização das Nações Unidas (ONU) processados com um atraso de dois anos, e os países ricos já sinalizaram que a meta não seria atingida até 2023.

No entanto, é um revés para a COP27, cúpula climática anual das Nações Unidas em novembro, quando os países enfrentarão pressão para reduzir as emissões de CO2 mais rapidamente.

As finanças se tornaram um ponto sensível nessas negociações, e as economias em desenvolvimento dizem que não podem conter a poluição sem o apoio das nações ricas responsáveis pela maior parte das emissões de CO2 que aquecem o planeta.

"Honrar esse compromisso é fundamental para renovar a confiança", disse Yamide Dagnet, diretora de Justiça Climática da Open Society Foundations, embora ela tenha dito que 100 bilhões de dólares são uma pequena parte das necessidades reais dos Estados vulneráveis.

"Precisamos que os países desenvolvidos apresentem planos críveis para aumentar seu financiamento climático", afirmou Dagnet.