Topo

Esse conteúdo é antigo

Netanyahu volta ao poder em Israel com aliados de extrema-direita

Benjamin Netanyahu, que voltará como primeiro-ministro, fala em sessão especial no Knesset, o parlamento israelense - AMIR COHEN/REUTERS
Benjamin Netanyahu, que voltará como primeiro-ministro, fala em sessão especial no Knesset, o parlamento israelense Imagem: AMIR COHEN/REUTERS

Jerusalém

29/12/2022 09h32

Um governo israelense de extrema-direita, que visa expandir os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada e seguir outras políticas que provocaram críticas no país e no exterior, era empossado nesta quinta-feira, consolidando o retorno de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro.

O líder veterano, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega, procurou acalmar os temores sobre o destino dos direitos civis e da diplomacia desde que seu bloco de partidos nacionalistas e religiosos garantiu a maioria parlamentar nas eleições de 1º de novembro.

Seus aliados incluem os partidos Sionismo Religioso e Poder Judeu, que se opõem à criação de um Estado palestino e cujos líderes, ambos colonos da Cisjordânia, já abalaram no passado o sistema de justiça de Israel, a minoria árabe e os direitos LGBT.

Netanyahu tem prometido repetidamente promover a tolerância e buscar a paz, em uma tentativa de afastar as críticas à sua coalizão.

Ele disse ao Parlamento em um discurso que "acabar com o conflito árabe-israelense" é sua prioridade, junto com frustrar o programa nuclear do Irã e aumentar a capacidade militar de Israel.

A oposição o criticou e alguns gritaram "Fraco! Fraco!". Eles dizem que Netanyahu teve que fazer acordos caros para garantir novos parceiros depois que os partidos de centro o boicotaram por causa de seus problemas legais.

Para os palestinos, a ascensão de Netanyahu obscureceu uma perspectiva já sombria.

Depois de um ano em que a violência aumentou em toda a Cisjordânia, os assentamentos judaicos estão agora prontos para se expandir em terras nas quais os palestinos esperavam construir um futuro Estado.

O partido conservador Likud, de Netanyahu, disse que o governo "promoverá e desenvolverá assentamentos" em territórios aos quais "o povo judeu tem direito exclusivo e inatacável".

A maioria das potências mundiais considera ilegal a construção de assentamentos em terras capturadas em guerras.