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Viagem de Biden a Israel traz riscos políticos e de segurança

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se debatendo com uma série de desafios políticos e de segurança, conforme autoridades consideram uma possível viagem para Israel que poderia trazer vantagens diplomáticas de longo prazo para o mandatário.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convidou Biden a visitar o país após o ataque por militantes do grupo palestino Hamas, que deixou 1.300 israelenses mortos no dia 7 de outubro. O presidente tem apoiado abertamente o Estado judaico, que é o maior aliado dos EUA no Oriente Médio

A Casa Branca não quis comentar qualquer planejamento para a viagem. A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, disse em comunicado que "não temos novas viagens para anunciar".

Uma viagem do tipo seria tanto rara quanto arriscada, mostrando apoio dos EUA a Netanyahu em um momento no qual os EUA tentam impedir a ocorrência de uma guerra mais ampla envolvendo o Irã, seu aliado libanês, o Hezbollah, e a Síria, e quando os suprimentos de comida e combustível estão baixos na Faixa de Gaza, onde autoridades dizem que mais de 2.800 pessoas morreram em ataques israelenses.

Uma viagem, contudo, poderia aumentar o poder de Biden de influenciar nos acontecimentos da região, além de melhorar a sua imagem dentro dos EUA.

Biden e Netanyahu, aliados não tão próximos assim, juntaram forças apesar de terem desacordos sobre o futuro do Oriente Médio, com Biden frequentemente realçando seu apoio a um Estado israelense e um Estado palestino independentes.

Uma reunião presencial permitiria a Biden discutir em privado as preocupações e as possíveis linhas vermelhas de uma iminente invasão terrestre de Gaza por parte de Israel.

Em um claro sinal dos grandes riscos de segurança que a viagem traria, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, foi obrigado a se dirigir a um bunker por cinco minutos com Netanyahu quando sirenes soaram em Tel Aviv durante o encontro entre os dois.

O braço armado do Hamas disse que disparou "uma enxurrada de mísseis" contra Israel, incluindo contra o Aeroporto Ben Gurion, maior porta de entrada internacional de Israel, que está planejando uma ofensiva por terra na Faixa de Gaza, o que pode agravar a crise humanitária no enclave.

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Outros líderes internacionais, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, estão planejando visitas a Israel nesta semana.

Presidentes norte-americanos visitam raramente aliados logo após o início de um conflito, normalmente deixando esse papel para um diplomata ou uma autoridade de defesa.

"Visitas presidenciais tendem a ser fortemente coreografadas, e as guerras nunca são fortemente coreografadas", afirmou Jon Alterman, vice-presidente sênior do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que 78% dos norte-americanos, incluindo maiorias de democratas e republicanos, apoiam os esforços diplomáticos dos EUA para que os cidadãos da Faixa de Gaza possam fugir do conflito e se refugiar em um país seguro.

A sondagem apontou ainda que 41% dos entrevistados concordaram com a frase" os EUA deveriam apoiar Israel" no seu conflito com o Hamas, enquanto apenas 2% demonstraram o mesmo apoio aos palestinos.

Biden já visitou Israel dez vezes, a primeira como senador, em 1973, antes da Guerra do Yom Kippur, que envolveu Israel, Egito e Síria. Vários presidentes dos EUA visitaram Israel, a começar por Richard Nixon em 1974.

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(Reportagem de Trevor Hunnicutt e Jarrett Renshaw em Washington; reportagem adicional de Humeyra Pamuk em Tel Aviv e Steve Holland e Matt Spetalnick em Washington)

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