Conteúdo publicado há 8 meses

Filho de brasileiro morto em Israel foi baleado e queimado, diz tia

O jovem israelense Gavriel Yishay Barel, 22, filho do brasileiro Jayro Varella foi baleado e queimado enquanto fugia de membros do grupo extremista Hamas. Ele estava com amigos no festival de música eletrônica realizado no último dia 7 de outubro.

O que aconteceu:

Gavriel Yishay estava com amigos na festa e tentou fugir de carro quando ouviu os primeiro disparos, contou ao UOL Meire Varella, irmã do pai da vítima. Segundo autoridades israelenses, 260 pessoas morreram no ataque, e outros foram levados reféns. O evento de música eletrônica, organizado pelo Universo Paralello, contava com mais de três mil pessoas.

Segundo a tia, os amigos que estavam com Gavriel se dispersaram e fugiram em direções opostas. "Um dos meninos fugiu numa direção, e ele e o outro garoto fugiram em outra diferente. O que fugiu para o outro lado conseguiu chegar em casa, são e salvo, e contar o que tinha acontecido algumas horas depois, no mesmo dia", explicou.

Membros do Hamas teriam encontrado Gavriel e o outro amigo e os levaram até a Faixa de Gaza. "Pediram para eles colocarem a mão na cerca de proteção que faz a divisa e foram metralhados e queimados", lamentou.

A família não tinha notícias sobre o jovem até ontem (15), quando o governo israelense informou que ele tinha sido encontrado morto. A informação foi confirmada pela Embaixada do Brasil em Israel.

O corpo dele estava carbonizado. "Eu estava em videochamada com o meu irmão, quando chegou a polícia de Israel com a prova do DNA de que meu sobrinho foi encontrado morto brutalmente e com o corpo carbonizado", disse Meire.

Apaixonado pelo Brasil

Gavriel tinha quatro irmãos. Uriel, Abraham e Guittit e Yudah. Quando os irmãos eram mais novos, a família chegou a morar em São Paulo. Gavriel era filho de pai brasileiro e mãe israelense.

O pai, Jayro Varella, se mudou para Israel com o intuito de estudar judaísmo ortodoxo, quando conheceu a mãe dos seus filhos. Hoje, eles estão divorciados. Gavriel morava com a mãe, em Ashkelon, cidade a menos de 15 quilômetros da Faixa de Gaza.

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Segundo a tia, Gavriel era apaixonado pela cultura do Brasil, e esse seria um dos motivos que o motivou a comparecer na festa de música eletrônica. "Ia ter música brasileira. Os outros irmãos não foram, não são muito ligados no Brasil, embora gostem também".

Na infância, durante o tempo que o rapaz morou no Brasil, ela lembra que tinha muita proximidade com os sobrinhos. "A gente visitava sempre, meus pais eram vivos na época, eles iam lá duas, três vezes na semana brincar com as crianças e fazer compras com eles", lembra.

Gavriel nasceu no mesmo dia em que o filho mais novo de Meire. "A diferença é que meu filho está em São Paulo e ele vivia em Israel. Mas eles têm a mesma idade, fazem aniversário no mesmo dia".

Para ela, a esperança é que um dia a família consiga se encontrar novamente. "Os meus filhos querem fazer amizade com os primos, só que tem uma dificuldade de idioma. Então, a gente estava tentando um dia se aproximar mais. O meu irmão estava falando até da possibilidade de vir para cá com os filhos, mas a gente nunca tornou isso real, era só conversa".

Meire diz que o irmão está próximo dos filhos e que todos estão muito tristes pela morte de Gavriel. Os brasileiros Karla Stelzer, 42, Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos, também morreram no mesmo evento.

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