Crianças voltam progressivamente às escolas na maioria dos países da Europa
Na maior parte dos países europeus, alunos e professores voltam progressivamente à escola a partir de hoje, após semanas de confinamento, com exceção dos italianos e espanhóis, que voltarão às aulas em setembro.
Em alguns países europeus, como Dinamarca e Noruega, as crianças já tinham voltado às aulas. Nessa segunda-feira foi a vez dos holandeses, gregos, suíços, croatas e sérvios, que voltam à escola em sistemas que alternam os alunos em função da série e idade.
Na França, no primeiro dia da saída do confinamento, aproximadamente 86% das 50.500 escolas abriram suas portas para a preparação da volta dos alunos amanhã De acordo com o ministro da Educação francês, Jean-Michel Blanquer, em entrevista ao Journal de Dimanche, "mais de 1,5 milhão de crianças" dos ensinos infantil e fundamental devem ir à escola essa semana.
Mas diante do quebra-cabeça que representam as estritas regras sanitárias impostas pelo governo, muitos prefeitos resistem em abrir as escolas, assim como professores. Alguns pensam até em utilizar o direito de recusa, previsto pelas leis trabalhistas na França, que concede o direito de não trabalhar sob condição de risco grave iminente. Muitos pais também temem que aumente, com isso, o risco de contágio para seus filhos.
"Os temores existem, mas a vontade de voltar para a escola vence, é o que eu vejo nos rostos", declarou Maxime Brunant, diretor do colégio du Foron, na Suíça, onde escolas de educação infantil e do ensino fundamental abriram suas portas.
Na Noruega, primeiro país da Europa a abrir creches, escolas de educação infantil e do ensino fundamental, as autoridades afirmaram que a medida não reavivou a epidemia.
Na Holanda, somente os alunos mais novos, do maternal até o fim do 9º ano, voltaram às aulas. Ao contrário de outros países, as crianças são autorizadas a se aproximarem umas das outras, sem terem que respeitar a regra do 1,5 metro de distância social.
Grécia e Croácia
"Eu não vou", diz a estudante grega Anastasia Kyriazis, habitante de Nea Manolada, no oeste da Grécia. Convocada como todos os alunos do ensino médio do país, ela afirma que "a maior parte dos meus colegas não vai. Se voltarmos, será somente por um mês, então eu prefiro ficar em casa e estudar para minhas provas", declarou à AFP.
Mas em escolas de Atenas na manhã de hoje, no bairro de Petralona, grupos de adolescentes, aparentemente felizes por se encontrarem após dois meses de confinamento, se dirigiam diretamente para suas classes. Poucos usavam mascaras.
Na Sérvia, as creches e escolas de ensino infantil reabriram igualmente, mas somente para alunos cujos pais tinham que trabalhar.
Quase 30% das crianças do maternal devem voltar às aulas, de acordo com Olivera Zubic, diretora de um estabelecimento particular de ensino em Belgrado. A condição imposta é a apresentação de um atestado médico, provando que estão saudáveis, e um documento do empregador, justificando que os pais não podem trabalhar a distância.
"Nós nos preparamos, os pais virão em horários combinados anteriormente. Um após o outro. Eles serão acolhidos por uma enfermeira que medirá a temperatura dos pais e da criança", declarou à AFP Zubic.
Na Croácia, a volta às escolas primárias é opcional, como na França, e também reservada aos filhos de pais que devem voltar ao trabalho. Apenas 2% das crianças que tinham direito retomaram as aulas no país, de acordo com um sindicato de professores. Em Zagreb, este percentual é de 4% das crianças, informou a prefeitura da cidade.
Na capital croata, aproximadamente 20 escolas não abriram desde o terremoto de março. As crianças com doenças crônicas não podem voltar.
Em todos os lugares, as regras foram semelhantes: cadeiras e mesas foram colocadas a uma distância variando entre 1,5 e 2 metros e os gestos de proteção contra o coronavírus foram repetidos aos alunos. Os estabelecimentos escolares foram desinfetados e as salas limitadas de dez a 15 alunos, para respeitar as regras de distanciação social.
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