Assassinato de padre católico por refugiado ruandês abala a França
Os jornais franceses de hoje estampam em primeira página o homicídio de um pacato religioso num vilarejo da Vendée, região oeste do país. O assassino confesso é um ruandês suspeito de incendiar a catedral de Nantes em julho de 2020.
"Estupor" é a palavra utilizada pelo jornal Le Parisien para qualificar o clima da pequena delegacia na manhã de ontem, quando Emmanuel Abayenga se apresentou no local, pedindo que fosse preso. Ele confessou que acabara de matar o padre Olivier Maire, superior da ordem "Monfortains", uma das três congregações religiosas de Saint-Laurent-sur-Sèvre, oeste da França.
O ruandês, de 40 anos, era hospedado pelo padre desde o fim de sua detenção provisória, em 31 de maio. Ele esperava o fim do processo em que é acusado de ter ateado fogo na catedral de Nantes, há pouco mais de um ano. O controle era rígido: o acusado não podia ir à região onde se localiza à igreja ou deixar o território nacional.
No dia 20 de junho o padre Olivier se apresentou à delegacia e informou aos policiais que o ruandês queria deixar o local de hospedagem. Ele foi então internado em um clinica psiquiátrica por mais de um mês, voltando em seguida para a instituição religiosa. Nada parecia demonstrar que Abayenga guardava rancor do padre.
Circunstâncias do assassinato
O corpo da vítima, de 60 anos, foi encontrado pelos policiais em uma sala da congregação. Uma autópsia está em andamento para precisar as circunstâncias da morte do religioso, informa o jornal Le Monde.
O diário Libération fala de "choque" e "raiva" por parte dos habitantes, que chegaram a pedir a demissão do ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que se deslocou até o vilarejo.
Não faltou muito para que o evento fosse manipulado por personalidades políticas, diz Libé. Corentin Dugast, de 27 anos, fiel paroquiano da comunidade, se diz "enojado" com as declarações de Marine le Pen, líder da extrema direita francesa, que apontou a "falha total do governo".
Para Dugast, "a primeira reação [de Le Pen] foi de transformar a morte do religioso em vingança politica, ignorando a mensagem de caridade e hospitalidade que o sacerdote transmitia".
Le Figaro informa que o ruandês foi internado no setor psiquiátrico de um hospital, "dez horas após a terrível confissão". O jornal também reproduz o depoimento de uma autoridade policial local, dizendo que o crime "não apresenta nenhum caráter terrorista até o momento".
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