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ONU valida recorde de 38°C no Ártico que confirma 'mudança climática dramática'

A ONU reconheceu um recorde de calor na região do Ártico, registrado em 20 de junho de 2020; o anúncio é considerado como um novo alerta às mudanças climáticas - iStock
A ONU reconheceu um recorde de calor na região do Ártico, registrado em 20 de junho de 2020; o anúncio é considerado como um novo alerta às mudanças climáticas Imagem: iStock

14/12/2021 08h29

A ONU reconheceu oficialmente nesta terça-feira (14) um recorde de calor na região do Ártico, registrado em 20 de junho de 2020. O anúncio é considerado como um novo alerta às mudanças climáticas.

A temperatura de 38°C foi registrada na cidade russa de Verkhoyansk, na Sibéria, há pouco mais de um ano. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), esse é o calor mais intenso medido acima do círculo polar ártico.

Esta é a primeira vez que a OMM inclui um recorde de calor no Ártico em seus relatórios sobre condições meteorológicas extremas. Segundo a ONU, o registro foi feito no momento em que ondas de calor sem precedentes atingiam o mundo inteiro.

"Este novo recorde no Ártico é parte de uma série de observações registradas no Arquivo de Fenômenos Meteorológicos e Climáticos Extremos da OMM, o que provoca alerta sobre a mudança climática", afirmou em um comunicado o diretor da agência, Petteri Taalas.

A cidade russa de Verkhoyansk fica 115 quilômetros ao norte do círculo polar ártico e possui registros de temperaturas desde 1885. Esse recorde, que segundo a agência "é mais característico do Mediterrâneo que do Ártico", foi registrado por uma estação meteorológica durante uma onda de calor excepcionalmente prolongada na Sibéria.

Derretimento de geleiras e incêndios

Segundo Taalas, a média das temperaturas nessa região do Ártico ficou 10ºC acima do normal durante grande parte do verão do Hemisfério Norte em 2020, o que provocou incêndios e perdas significativas de geleiras. A onda de calor também contribuiu para que 2020 fosse designado como um dos três anos mais quentes registrados até hoje. Taalas também lembrou do recorde de 18,3°C na Antártica em 2020.

A OMM ainda está verificando os 54,4ºC apontados pelos termômetros em 2020 e 2021 no Vale da Morte, na Califórnia. Os especialistas da organização também tentam verificar a marca de 48,8ºC na Sicília, que pode ser o recorde para a Europa. Para Talas, "nunca teve tantas investigações simultâneas".

A inclusão de um recorde no Ártico é uma constatação de "mudanças dramáticas" na região, afirma a OMM. Apesar do aumento do calor em todas as regiões do planeta, em algumas áreas o processo é mais rápido do que em outras. No Ártico, a velocidade das transformações é o dobro da média mundial.

"Essa investigação destaca o aumento das temperaturas em uma região muito importante do ponto de vista climático para o mundo", afirmou Randall Cerveny, especialista da OMM.

(Com informações da AFP)