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A semanas da COP, França autoriza perfuração de poços de petróleo em floresta

A poucas semanas da próxima Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP 28, em Dubai, a empresa canadense Vermilion Energy obteve autorização para perfurar e explorar oito novos poços de petróleo em La Teste-de-Buch, na Bacia de Arcachon, após um parecer favorável da Comissão Regional da Autoridade Ambiental da Nouvelle Aquitaine.

A Vermilion prevê perfurar os poços com o objetivo de "alcançar reservas de petróleo anteriormente inexploradas" em Cazaux, onde já estão em operação cerca de 50 poços, com uma produção atualmente estimada em 1.500 barris/dia. O grupo, principal produtor de petróleo na França, com 130 colaboradores, detém até 1º de janeiro de 2035 a concessão de Cazaux, que funciona desde a década de 1960.

Preocupações com emissões

No final de uma pesquisa pública realizada de 28 de agosto a 26 de setembro, a comissão responsável recebeu 102 contribuições, "refletindo as legítimas preocupações do público relativamente às grandes questões ligadas às emissões de gases com efeito estufa e ao aquecimento global", diz o relatório.

Embora representantes políticos da região tenham se oposto à nova perfuração, a comissão defendeu o fato "de a empresa Vermilion ter procurado limitar os impactos ambientais do projeto" mas também que "o petróleo que não seria produzido na França seria certamente importado com um impacto ambiental muito mais elevado".

Cabe agora ao governador do departamento da Gironde, onde os poços serão cavados, a liberação ou proibição da nova exploração.

A região da bacia de Arcachon conta com vários ecossistemas, entre eles um sistema de dunas e de florestas de litoral, importantes para a sobrevivência de espécies marinhas e pássaros.

Limite para combustíveis fósseis

Em 2017, em adequação ao Acordo de Paris, a França aprovou uma lei que estabelece o fim de toda exploração e produção de petróleo e gás em seus territórios a partir de 2040. A lei, ambiciosa e, na época, totalmente inédita, veta também a renovação de concessões para além dessa data e suspende a emissão de novas licenças de imediato.

"Este é antes de mais nada um mau sinal", disse Vital Baude, membro do Conselho Regional da região da Nouvelle-Aquitaine, membro do Grupo Ecologista, solidário e cidadão, em entrevista à Franceinfo.

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"Não podemos dar lições a toda a Terra, passear pelas diferentes COPs e encorajar os países do mundo a serem virtuosos e continuar este tipo de exploração. Os cientistas dizem que todos os nossos investimentos, públicos ou privados, devem ser usados para a transição energética", completou.

Raízes envenenadas

Em um relatório publicado na segunda-feira (20), a ONU denuncia uma discrepância entre a emergência climática e as ações realizadas pelos Estados. O secretário-geral da organização António Guterres pediu para "arrancar urgentemente as raízes envenenadas da crise climática: as energias fósseis".

Muitos países como o Brasil e a Espanha, entre outros, sofrem atualmente com as consequências de ondas de calor. O dia 17 de novembro de 2023 pode ser considerado um dia crítico no registro das principais anomalias climáticas, de acordo com o Observatório europeu Copernicus.

Neste dia, a temperatura média global da superfície terrestre teria ultrapassado a marca de 2°C acima dos níveis pré-industriais, estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015. Os meses de junho a outubro já haviam sido os mais quentes já registrados em todo o mundo.

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