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Onda de violência é trauma no Equador: 'Como se fosse o 11 de Setembro' | Podcast UOL Prime #12

Do UOL, em Brasília

04/04/2024 04h00

O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, traz nesta quinta-feira (4) uma conversa com o jornalista Felipe Pereira. Ele conta o que viu e sentiu ao ser enviado para cobrir a onda de violência no Equador em janeiro deste ano.

Felipe relata as consequências do terrorismo praticado por traficantes no país.

Os criminosos levaram o governo a decretar um estado de exceção. Diante de um clima de "onde os fracos não têm vez", parte da população passou a apoiar a tortura e culpar os estrangeiros, principalmente venezuelanos.

O ápice da onda de terror aconteceu em 9 de janeiro, quando, homens encapuzados invadiram o estúdio da TC Television armados de rifles e granadas. A cena transmitida ao vivo e gerou pânico.

"Foi como se fosse o 11 de Setembro deles", resume Felipe Pereira.

O fato que gerou a onda de violência foi a fuga de José Adolfo Macías, o Fito. O criminoso mais perigoso do país escapou da prisão considerada a mais segura do Equador. A polícia colocou 3.000 homens para procurá-lo e nada encontraram.

A situação caótica das cadeias reflete a falta de organização das instituições no Equador. As autoridades nem sequer sabem a data exata da fuga de Fito.

Bagunça no sistema prisional

A primeira contagem de mortos de um massacre de presos estipulou 33 vítimas. Passados alguns dias, houve correção para 11 corpos e uma explicação bizarra sobre o erro.

"Como os detentos foram esquartejados, eles [peritos] acabaram se confundindo e contaram o mesmo corpo mais de uma vez", lembra Felipe.

Com a fuga de Fito, o governo do Equador quis mostrar quem manda e se comprometeu com a recaptura. Os traficantes elevaram a aposta. Ordenaram uma série de atentados, incluindo a invasão à TV.

O caos imperava pela relevância de Guayaquil no tráfico internacional de cocaína.

Como estava a prisão

Felipe foi à cadeia de onde Fito fugiu. Viu funcionários terceirizados mandarem agentes prisionais, policiais e militares abrirem as pernas e porem as mãos na cabeça.

Eles iriam trabalhar na segurança da prisão, mas só entravam após inspeção rigorosa. Um pensamento curioso veio à cabeça do jornalista ao assistir à cena. "Parece que estão revistando um criminoso e não um policial."

O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.