Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Volta às Aulas: É preciso ir "Em Busca do Tempo Perdido".
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VOLTA AS AULAS: EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
A partir da próxima segunda-feira, 18/10, voltam as aulas presenciais, segundo determinação das autoridades responsáveis. Ficam fora de tal convocação, as escolas infantis, sob responsabilidade das prefeituras e o ensino superior regulado pelo Conselho Nacional de Educação.
No período da pandemia houve três grandes situações, que resultaram em perdas de conhecimento para os alunos:
1- Nem todos os conteúdos foram ministrados nas respectivas completudes. Muita coisa foi parcial, pelo não domínio da educação à distância e os problemas naturais da Tecnologia da Informação.
2- Nem todos os alunos tiveram conhecimento, sequer, do conteúdo dado, por falta de acesso à internet.
3- Certos professores não conseguiram vencer o desafio de ministrar aulas à distância. E fizeram de uma forma que não é igual ao ensino presencial.
Diante dessa realidade, a tarefa número um, será recuperar o tempo perdido pelos alunos e professores, pelo sistema.
Ouvi três opiniões sobre isso:
a) Os alunos não podem ficar com esse peso, mais um, de saber que não tiveram todos os conhecimentos, porque vão se sentir mais desamparados. É a teoria do "coitadinho" Nega-se a realidade, em nome de uma suposta intenção de preservar quem já é um vulnerável.
b) Não tem como recuperar. É a teoria do caos, sem solução. O que foi perdido não se recupera. Jogam a toalha, sem necessidade e ousadia.
c) Temos que fazer algo, mas isso não se chama recuperação. É a teoria semântica. Há consciência de que é preciso fazer algo, mas para os aliados de esquerda não criticarem, vamos utilizar outro nome.
Na prática, pelo que se viu nas questões apontadas com os números, houve perdas. Dê-se o nome que quiser, aplique-se o eufemismo solerte, porém, foram perdas. Então cabe recuperação. Não cabe tapar o sol com a peneira.
É possível recuperar sim, em contraposição ao "não há o que fazer", vários locais, inclusive no Brasil, estão aplicando um conteúdo de grade, que busca tirar a diferença deixada para trás pelos efeitos da pandemia. Basta ter vontade, organização, capacidade de trabalho e coragem de enfrentar o desafio.
É preciso utilizar parte do tempo que teremos em 2021, com o regresso colimado, para treinar os professores do "como fazer" uma espécie de dois anos em um. O que não foi feito ou foi realizado com escassez na pandemia, com relação a treinar os professores para ministrarem aulas à distância. Não houve um esforço integrado e eficiente.
Brasil gosta de anunciar planos, não gosta de criar a estrutura gerencial para eles funcionarem, e detesta treinar os envolvidos. Vai tudo de qualquer jeito, para dizer que foi feito. Treinamento faz parte do ciclo gerencial.
Apesar da volúpia para anunciar a volta às aulas, que é uma medida acertada, na minha opinião, não vejo ninguém falando na preparação de um modelo que recupere o conhecimento perdido pelas crianças em virtude das falhas aludidas. Nem por parte do Estado, nem por parte da Prefeitura. O que deveria ser o ponto mais relevante, por enquanto é ignorado.
Seria muito importante e saudável para o sistema educacional, se alguém pensasse, planejasse e implantasse um modelo que coloque as crianças onde elas deveriam estar se o ensino presencial não houvesse sido suspenso por conta da pandemia. Parafraseando JK, o presidente que fez o plano de desenvolvimento 50 anos em 5, fazer um 3 anos em 2, ou algo assim, na Educação
É preciso competência na formatação do conteúdo e, sobretudo, na gestão do processo. Precisamos de JKs, de otimismo e realização. E menos choro e reclamação.
Por vezes, há muita cena e pouca eficácia.
Os gestores estão conclamados a entrarem em campo.
O jogo começa segunda-feira.
Não é hora de cabular aula.
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