Fantasma, suposto chefão do tráfico de drogas do PCC em SP, é preso em SC
André Luís da Silva Ribeiro, 37, o Fantasma — apontado como o chefe do tráfico de drogas do PCC (Primeiro Comando da Capital) em todo o interior paulista — tem esse apelido por ser discreto, não gostar de aparecer e muito menos de deixar rastros.
Ele estava foragido havia nove meses. Fantasma, porém, foi capturado na segunda-feira (4) em Florianópolis (SC). A mulher dele, Priscila Câmara Gregório, também acabou detida. Com o casal, policiais dizem ter apreendido um veículo, sete telefones celulares e documentos.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de André Luís e de Priscila Gregório, mas publicará a versão dos defensores de ambos assim que houver manifestação.
A prisão aconteceu durante uma operação conjunta dos Gaecos (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgãos subordinados ao Ministério Público Estadual de São Paulo e Santa Catarina, e das Polícias Militares dos dois estados.
Segundo informações do Gaeco paulista, Fantasma liderava o tráfico de drogas do PCC nas regiões de São José dos Campos, Bauru, Sorocaba, Ribeirão Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Campinas.
O apontado chefe do PCC era procurado desde 2 de dezembro de 2022, quando o Gaeco de Campinas deflagou a 1ª fase da Operação Onça Preta, visando desarticular o tráfico de drogas na região de Jaguariúna. Fantasma escapou ao cerco policial. Outros quatro integrantes do bando foram presos.
Assim que soube da prisão dos comparsas, Fantasma enviou mensagem à mulher dele, pelo telefone celular, se comprometendo a pagar advogado para defendê-los.
Tinha até time de futebol
As investigações mostraram que Fantasma era o responsável por diversas movimentações financeiras do PCC relacionadas ao tráfico de drogas. Na casa dele os policiais relatam que encontraram R$ 135.678,00 em pacotes com nomes dos comparsas, além de três livros sobre a história da facção.
Segundo o Gaeco, tanto na 1ª fase da Operação Onça Preta, quanto na 2ª, deflagrada em 19 de dezembro de 2022, a mulher de Fantasma tentou embaraçar as investigações, escondendo telefones celulares. Ela foi acusada de contratar um hacker para destruir dados armazenados nos aparelhos.
Além do casal, o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) denunciou à Justiça outros oito integrantes da quadrilha. Eles vão responder pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, tráfico de drogas e embaraço de investigações envolvendo organização criminosa.
O Gaeco de Campinas apurou que Fantasma tinha um patrimônio incompatível com seus rendimentos declarados e teve sequestrados por ordem judicial alguns veículos de luxo, como Jaguar, Audi, Land Rover e um Jeep Compass.
Conforme a Promotoria de Justiça, ele também promovia festas e tinha um time de futebol na região de Jaguariúna. A coluna apurou que o nome da equipe é Fantasma do Morro, em homenagem ao patrono, e conquistou campeonatos amadores na várzea paulista.
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