Justiça condena bando que comprava droga do PCC e revendia na 'cracolândia'
A Justiça de São Paulo condenou 10 réus acusados por tráfico de drogas na Alameda Cleveland e na rua Helvétia, região no Centro de São Paulo conhecida como "cracolândia", entre os meses de agosto a dezembro de 2021. As penas variam de cinco anos a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado.
Segundo investigações do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), unidade da Polícia Civil, a quadrilha adquiria pedras de crack do PCC (Primeiro Comando da Capital), e revendia a droga para centenas de viciados na "cracolândia".
A sentença foi dada no último dia 15 pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Nove réus foram condenados por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Uma ré respondeu só por associação.
No entendimento do magistrado, "as consequências de traficar na "cracolândia" tem gerado prejuízos que vão muito além da vulneração da saúde pública da população, resultando ainda em diversos outros delitos e contribuindo para a degradação de considerável parcela do centro da cidade".
Conduta individual
Policiais civis da 6ª Delegacia da Dise (Divisão de Investigações sobre Entorpecentes), do Denarc, seguiram, veladamente, os passos dos réus durante quatro meses. Os acusados foram fotografados e os investigadores traçaram a conduta de cada um deles:
- Diogo Otino Morelo foi visto e fotografado várias vezes vendendo drogas em uma barraca no fluxo.
- Gilberto do Nascimento Lima foi flagrado várias vezes pesando pedras de crack e anunciando a venda das drogas.
- Felipe Araújo Primo também foi visto traficando nas barracas e andando no fluxo.
- Jhonatan Henrique Lourenço Claudino era incumbido pela quadrilha de vender pedras de crack nas barracas.
- Wandson Santos da Cruz foi flagrado vendendo drogas e depois trocando de roupas para dificultar sua possível identificação.
- Wanes Próspero de Souza também foi visto vendendo drogas. Ele usava touca para tentar esconder o rosto.
- Gustavo Luiz de Souza Sérvulo vendia pedras de crack e na casa dele foram apreendidos 1 kg da droga e duas balanças de precisão.
- Lucas Miguel Santana Dias pesava e servia as drogas para os usuários.
- Marcos Vinícius da Silva Cardoso também pesava e servia as drogas para os dependentes químicos.
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Quero receber- Karina Della Rovere era encarregada de recolher o dinheiro do tráfico de drogas nas barracas e levá-lo para local mais seguro.
O juiz condenou Gilberto, Jhonatan, Wandson, Wanes, Gustavo, Lucas e Marcos a nove anos e seis meses de prisão. A dupla Diogo e Felipe, por ser menor de 21 anos à época dos fatos, recebeu uma pena de oito anos e seis meses. Todos responderam por tráfico e associação ao tráfico de drogas.
Karina foi condenada só por associação ao tráfico. Ela deve cumprir cinco anos de reclusão em regime fechado.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos réus, mas publicará na íntegra a versão dos defensores de cada um deles, caso haja manifestação.
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