Josmar Jozino

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Reportagem

Assassinos de Pedrinho Matador continuam foragidos um ano após crime

Dois homens suspeitos de envolvimento no assassinato de Pedro Rodrigues Filho, 68, o Pedrinho Matador, continuam foragidos um ano após o crime. A vítima, considerada o maior serial killer do Brasil, foi morta em 5 de março de 2023 em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

A Polícia Civil permanece investigando o caso e sabe que o PCC (Primeiro Comando da Capital) deu aval para o assassinato. Agentes apuraram que Pedrinho Matador havia discutido com traficantes do bairro Ponte Grande e queria proibir a comercialização de cocaína e maconha na região.

O serial killer era contra o funcionamento de uma biqueira (ponto de venda de drogas) perto da casa dele porque tinha sobrinhos pequenos. Segundo a Polícia Civil, o descontentamento gerou atritos com os responsáveis pelo tráfico e, por isso, ele foi morto com autorização do PCC.

O delegado Rubens José Ângelo, do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Mogi das Cruzes disse ter esclarecido o crime e chegou a pedir a prisão de um dos suspeitos de participação no assassinato. Um outro comparsa também foi identificado.

A coluna apurou que o suspeito já tinha dois mandados de prisão em aberto, sendo um por roubo e outro por receptação. Ele é considerado de alta periculosidade. Há rumores inclusive de que tenha forte ligação com líderes do PCC.

A reportagem procurou a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) para saber como anda a investigação do caso, mas até a conclusão deste texto, a pasta não havia dado retorno.

Matou o próprio pai

Pedrinho Matador passou 42 anos atrás das grades. Ele foi preso pela primeira vez em 1973, mas conseguiu a liberdade em 2007. Quatro anos depois voltou à prisão para cumprir mais duas penas. Ele deixou a cadeia pela porta da frente em 2017.

Pedrinho Matador foi acusado de ter assassinado 71 pessoas. A primeira vítima foi o vice-prefeito da cidade de Alfenas, em Minas Gerais, que foi morto porque demitiu o pai dele, apontado como suspeito de ter roubado merenda escolar.

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Ele também assassinou o próprio pai após descobrir que ele havia matado sua mãe com 22 golpes de facão. Pedrinho Matador foi condenado inicialmente a 126 anos pelos assassinatos. Mas a pena total dele somava 400 anos.

Salvo por Marcola

O serial killer passou por diversas prisões no estado de São Paulo. Em 17 de dezembro de 2000, ele foi ameaçado de morte dentro da cadeia. Estava preso na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (SP), unidade prisional onde o PCC foi criado em 31 de agosto de 1993.

Ele acompanhou de perto uma das rebeliões mais sangrentas da história de São Paulo. Nove presos foram mortos, sendo três decapitados. Os rebelados chegaram inclusive a jogar bola com a cabeça de um deles, na quadra de futebol do presídio.

Os amotinados só não mataram Pedrinho graças à intervenção de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, e de Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, o maior idealizador da facção criminosa, também assassinado na mesma unidade em meados de 2001.

Os presos queriam matar Pedrinho de qualquer jeito e chegaram a humilhá-lo e a ameaçá-lo com facas. Marcola e Sombra salvaram a vida dele, porque Pedrinho prestou favores ao PCC. Mas alguns detentos não gostavam dele por ter se engraçado com Sonia Aparecida Rossi, a Maria do Pó.

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A traficante de drogas cumpria pena em Taubaté naquela época. Era umas das poucas presas mantidas em castigo na unidade. Agentes penitenciários disseram que Pedrinho aplicava "cantadas" nela e essa atitude desagradava os integrantes do PCC recolhidos no anexo do presídio.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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