O negro brasileiro está mais tranquilo em ser negro, diz professora sobre queda de pardos
Os dados da última Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domícilio) mostram que o número de pardos caiu de 84,7 milhões para 84 milhões entre 2009 e 2011, enquanto a quantidade de negros aumentou de 13,1 milhões para 16 milhões neste mesmo período. Para a professora de geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Iná Elias de Castro, a tendência inverteu, pois hoje “muitos pardos se declaram negros”.
Como esta parte da pesquisa é feita de acordo com a declaração da pessoa, antes muitos negros se declaravam pardos, de acordo com a professora. Hoje, não.
“Por conta do movimento negro, das cotas nas universidades e da inclusão social, os pardos se declaram negros. Isso mostra uma consciência de que o negro quer se mostrar mesmo. Um dado cultural está indicando que o negro brasileiro está mais tranquilo em ser negro”, afirma.
Apesar de ter sido a população que mais cresceu na primeira década do século, os pardos ficaram praticamente estagnados na última Pnad. A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (21), foi realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e teve como ano-base 2011.
Segundo o levantamento, a população branca continua sendo maioria no país, com 93,2 milhões de brasileiros. Os amarelos somam 1,1 milhão, e os índios, 784 mil.
Aqueles que se dizem pardos eram os que mais cresciam numericamente nos primeiros dez anos do milênio. Em 1999, eles eram 65,3 milhões, enquanto os autodeclarados brancos eram 91,2 milhões, e os negros, 10,5 milhões.
Em termos percentuais, os pardos perderam participação na composição da população brasileira entre 2009 e 2011, passando de 44,2% para 43,1% do total de residentes. Os autodeclarados brancos também diminuíram sua expressão --de 48,2% para 47,8% dos brasileiros--, enquanto os negros aumentaram sua representação populacional de 6,9% para 8,2%.
Os pardos estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste, que têm 67,9% e 59,8%, respectivamente, do total de sua população. Já os negros são mais expressivos no Nordeste e Sudeste, representando 10,5% e 8,6% dos residentes.
As regiões que mais concentram a população branca são Sudeste e Sul, com 55,7% e 77,8% do total de seus residentes, respectivamente.
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