Percentual de solteiros supera o de casados, mas há mais pessoas em união conjugal, aponta IBGE
O percentual de pessoas que se declaram solteiras no país é superior ao de casados: são 48,1% de solteiros contra 39,9% de casados. Os números são referentes a 2011 e foram divulgados nesta sexta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio).
No entanto, quando questionados se viviam em algum tipo de união, 57,1% dos entrevistados declararam viver em algum tipo de união conjugal, contra 42,9% que disseram não manter qualquer tipo de relacionamento conjugal. Os resultados seriam reflexo de uma "liberalização" dos costumes no país, aponta especialista.
Em números absolutos, o total de solteiros chega a 72 milhões, enquanto 59,7 milhões declararam-se casados. Os números consideram apenas pessoas acima de 15 anos. Em 2009, os solteiros eram 62,2 milhões, mas não é possível fazer a comparação entre as duas pesquisas, pois o IBGE incluiu uma pergunta sobre o estado conjugal e outra sobre a natureza da união do entrevistado. No levantamento anterior, perguntava-se apenas o estado civil da pessoa.
A região Norte é a que concentra o percentual mais alto de solteiros –62% da população. Por outro lado, as regiões Sudeste e Sul apresentam os percentuais mais altos de casados. Em ambas, 43,1% dos residentes declararam este estado civil.
Entre os divorciados e viúvos, a quantidade de mulheres é muito maior que a de homens. Em 2011, havia 5,3 milhões de divorciadas contra 3,5 milhões de divorciados. Em 2009, elas eram 4,8 milhões, e eles, 3 milhões. No grupo dos viúvos, a diferença é ainda mais gritante. Em 2011, elas somavam 7,4 milhões de pessoas, e eles, 1,7 milhão – em 2009, estes números eram de 7,1 milhões e 1,5 milhão, respectivamente.
Em toda a população feminina, a proporção de viúvas é de 9,5%, um percentual que não mudou nos últimos anos. Para os homens, os viúvos representavam apenas 2,4% da população masculina em 2011 – em 2009, eram 2,2%.
União conjugal
De acordo com o levantamento, 85,5 milhões de pessoas com mais de 15 anos viviam em união conjugal em 2011 – 57,1% da população desta faixa etária, que soma 149,8 milhões de brasileiros. A região Sul foi a que apresentou maior participação de pessoas vivendo em união (61,9%), e a região Nordeste, o menor percentual (55,4%).
Isto é, o Brasil tem 72 milhões de solteiros, mas 85,5 milhões de pessoas vivendo em união conjugal. Para Iná Elias de Castro, professora de Geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), estes dados refletem uma “liberalização dos costumes” na sociedade brasileira. “Antes, para viver junto você tinha que estar casado. Hoje existe uma certa liberalização”, afirma.
A professora ainda atenta ao fato de que, nas classes mais baixas, o percentual de pessoas que se unem é mais alto, mas este hábito está sendo apropriado por jovens de classe média e média alta que vivem nas cidades. “É uma prática das classes baixas que hoje vai para a classe média, de viver junto primeiro e depois casar”, diz.
Do grupo dos que viviam em união, a maioria – 43,2% – estava unida por laços de casamento civil e religioso. Em segundo lugar, com 34,8%, vinham os que viviam sob união consensual. A região Sudeste foi a que apresentou maior participação de pessoas casadas no civil e no religioso (51,5%), e a região Norte, o menor percentual (24,7%).
Quanto à união consensual, a relação se inverte. O Norte possui o maior percentual de pessoas vivendo desta forma (51%), e o Sudeste, o menor (28,6%).
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