Índios se mudam para Jacarepaguá no Rio; outros invadem museu

Os doze índios que estavam no Hotel Santanna, no centro do Rio de Janeiro, chegaram ao terreno onde vão viver em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense, na manhã deste domingo (24). Segundo a Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, o alojamento construído na antiga Colônia Curupaiti vai abrigar apenas os índios que aceitaram um acordo com o Estado.

O terreno possui dois mil metros quadrados que inclui trechos de mata e o alojamento temporário possui camas estilo beliche, cozinha e contêineres com banheiros feminino e masculino. Os índios ainda receberão kits de higiene pessoal e de limpeza, cestas básicas, toalhas e cobertores. Os índios também negociaram a construção do Centro de Referência da Cultura Indígena no mesmo local.

“Gostamos muito do terreno, o espaço é grande, vai dar para nós fazermos as ocas”, contou o índio Afonso Apurinã, depois de ter visitado o local na sexta-feira (22).

Depois de saíram da Aldeia Maracanã, os índios ficaram alojados no terceiro andar do hotel, reservado apenas para eles, de sexta-feira até este domingo. Pela proposta do Governo do Estado apresentada aos índios, eles poderiam decidir pelo recebimento do benefício do aluguel social, no valor de R$400, ou voltar para a aldeia de origem, com o transporte pago, caso não aceitassem ficar no alojamento.

Invasão

Os índios que não aceitaram o acordo com o Estado entraram no atual Museu do Índio, em Botafogo, zona sul da cidade, na noite de sábado (23). Às 7 horas deste domingo, a Polícia Federal e o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) retiraram 20 índios e 60 manifestantes do local, segundo informações da Polícia Militar.

Os índios e manifestantes entraram no museu como visitantes, por volta das 20h de sábado, e permaneceram no local depois do fechamento. De acordo com a PM, todos foram retirados pacificamente, se dirigiram para o prédio da Justiça Federal no centro da cidade para uma manifestação e ninguém foi preso.

A reportagem do UOL tentou contato com os índios, mas não obteve sucesso.