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Indígenas fazem nova tentativa de retomar antigo Museu do Índio no Rio

17.dez.2013 - O Corpo de Bombeiros conseguiu retirar o índio Urutau José Guajajara, que estava há cerca de 26 horas em cima de uma árvore na área do antigo prédio do Museu do Índio, no Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. Os militares subiram na árvore com uma escada e chegaram à copa com a ajuda de uma escada magirus - Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
17.dez.2013 - O Corpo de Bombeiros conseguiu retirar o índio Urutau José Guajajara, que estava há cerca de 26 horas em cima de uma árvore na área do antigo prédio do Museu do Índio, no Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. Os militares subiram na árvore com uma escada e chegaram à copa com a ajuda de uma escada magirus Imagem: Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

Vladimir Platonow

Da Agência Brasil, no Rio

23/12/2013 20h13

Índios e apoiadores da causa indígena tentam retomar a posse do antigo Museu do Índio, de onde foram expulsos pela Polícia Militar (PM) no último dia 16. Eles estão em frente ao imóvel desde o final da tarde de hoje (23) e pedem, por meio de um documento, o cumprimento de uma medida judicial da 7ª Vara Federal.

O prédio está ocupado por 12 policiais do Batalhão de Choque, em cinco viaturas, que não permitem a entrada dos índios e dos simpatizantes da causa. O advogado do grupo, Arão da Providência, explicou que a medida visa a garantir o manejo da área aos índios. “A ordem [judicial] é para os índios administrarem e gerirem o espaço. Eu já informei ao comando da Polícia Militar, ao Ministério Público e às 17ª e 18ª Delegacias de Polícia”, disse ele.

Um dos líderes do grupo, Urutau Guajajara, disse que o objetivo é retomar o espaço para continuar as atividades que vinham sendo exercidas, como aulas de cantos, língua, artesanato e costumes indígenas. “O estado está dentro com o Choque em uma ação completamente ilegal. Vamos aguardar aqui do lado de fora. Se não vier uma decisão do governo, vamos entrar assim mesmo”, disse Guajajara, que na última desocupação se recusou a sair, subiu em uma árvore e só saiu no dia seguinte.

O comandante do grupo de policiais responsável pelo local, tenente Paulo Alves, disse que a orientação é só permitir a entrada dos índios e dos simpatizantes se houver ordem por escrito, trazida por um oficial de Justiça. O governo do estado, depois de desistir da ideia de demolir o prédio centenário, pretende fazer no local um centro de referência indígena.