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Mais um preso é morto em presídio do Maranhão; já são 13 assassinatos

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

30/04/2014 14h20

O detento Diego Bezerra França foi encontrado morto na noite desta terça-feira (29) em cela do Centro de Ressocialização Jorge Vieira, em Timon (a 428 km de São Luís), elevando para treze o número de presos assassinados neste ano dentro de unidades prisionais do Maranhão. Sete das mortes foram registradas dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

França estava preso na ala de triagem quando foi estrangulado com um pedaço de rede por dois colegas de cela. No espaço havia sete detentos.

Segundo a polícia, ele estava pendurado pelo pescoço amarrado ao tecido, que estava preso na área superior de ventilação da cela, localizada no banheiro.

Os internos Marconiel da Silva e Jailson Pereira da Silva confessaram o crime em depoimento à polícia. Eles foram levados para a Central de Flagrantes para prestar depoimento e contaram que antes de serem presos tinham uma rixa com França, inclusive teriam trocado tiros com a vítima em uma briga de rua.

Eles disseram a delegada Ingrid Albuquerque que, caso não matassem França, seriam mortos por ele, que já os ameaçara.

“Eles agrediram a vítima a socos e pontapés. Depois enrolaram o pedaço da rede no pescoço do preso, cada um puxou de um lado, e o mataram estrangulado”, disse a delegada.

Os acusados foram autuados em flagrante delito por homicídio qualificado e depois de prestarem depoimento retornaram a unidade prisional, onde estão a disposição da Justiça.

Crise no sistema penitenciário

O sistema prisional do Maranhão vem enfrentando uma crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

penúltima morte ocorreu há menos de 15 dias, quando o preso Laurêncio Silva, 24, foi encontrado morto na madrugada do último dia 17, no Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Anil, em São Luís.

No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 --nome em alusão à pistola .40-- ordenaram a integrantes fora dos presídios que colocassem fogo em vários ônibus na capital maranhense. Quatro ônibus foram atacados, sendo três deles incendiados, e cinco pessoas foram queimadas --uma criança morreu com 95% do corpo queimado.

A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013, foram 60 presos assassinados --em alguns casos houve decapitações. Há também constantes denúncias de presos de violações de direitos humanos.

Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.

O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde o último dia 27 de dezembro.