Em 5º dia de greve do metrô, SP tem confronto, demissões e trânsito intenso
A greve dos metroviários chega ao quinto dia nesta segunda-feira (9) com confronto entre manifestantes e a polícia, demissões de grevistas e trânsito acima da média.
Manifestantes fizeram barricadas na rua Vergueiro e acabaram entrando em confronto com a polícia em frente da estação Ana Rosa, na zona da sul da capital. O protesto teve a participação de outras entidades sociais e manteve fechada a estação até por volta das 8h.
A PM levou ao 36º DP (Vila Mariana) um grupo de aproximadamente 13 metroviários para averiguações.
Já o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, disse que 60 funcionários grevistas foram demitidos na manhã desta segunda-feira (9). Segundo o secretário, eles serão notificados nominalmente pelo correio e por mensagem de internet.
Fernandes afirmou que as demissões por justa causa visaram funcionários que cometeram atos de vandalismo, fizeram uso impróprio de equipamentos do Metrô ou incitaram a população a pular catracas durante a greve da categoria. Ele também afirmou que os trabalhadores que não voltarem ao trabalho estão incorrendo em falta gravíssima e podem ser demitidos.
O presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, criticou a medida e disse que o governo "está atuando como 'bombeiro louco', botando gasolina no fogo" com as demissões.
A greve dos metroviários prossegue nesta segunda-feira (9), apesar de a Justiça considerá-la abusiva. Uma nova assembleia dos metroviários está marcada para a tarde de hoje.
Com a paralisação, o trânsito complica a vida do paulistano. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal para carros de passeio para esta segunda. Com a medida, os veículos com as placas finais 1 e 2, que estariam sujeitos à restrição, poderão circular na cidade sem risco de multa. A exceção não se estende a caminhões e veículos fretados.
A lentidão no trânsito começa a diminuir, segundo dados da CET. De acordo com o órgão, às 10h, o congestionamento em São Paulo totalizava 173 quilômetros, 11 quilômetros a menos que o que era registrado às 9h30. Apesar da redução, o congestionamento em São Paulo nesta segunda-feira ainda está 74% acima da média para o período.
Estações funcionando
No início desta manhã, apenas as linhas 4-amarela, operada por concessionária, e 5-lilás iniciaram a operação no horário normal. Às 5h30, a linha 3-vermelha passou a funcionar. Está operando entre as estações Penha e Marechal Deodoro. Às 6h20, passaram a funcionar as linhas 1-azul e 2-verde. Funcionam os trechos entre as estações Saúde e Luz (linha 1-azul) e Ana Rosa a Vila Madalena (linha 2-verde).
A CPTM opera normalmente em todas linhas, incluindo a estação Corinthians-Itaquera, da linha 11-Coral, que ficou fechada no início desta manhã.
“Vamos enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff. Estamos na semana da Copa e acreditamos que o governo federal deveria se posicionar”, afirma Raquel Amorim, agente de segurança e diretora do Sindicato dos Metroviários.
Faltam apenas três dias para o início da Copa do Mundo, a se realizar no Itaquerão, que tem o metrô como principal via de acesso ao estádio.
Com a permanência da paralisação, decidida em assembleia neste domingo, as operações montadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), SPTrans, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e Metrô para atender à população continuarão sendo realizadas nesta segunda.
A assessoria de imprensa da SPTrans informou que a mesma operação realizada na sexta-feira (6) se repetirá nesta segunda. O Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) continuará colocando ônibus para circular nos trajetos das linhas do metrô.
Haverá reforço na frota de todas as linhas. Na zona leste, ônibus extras circularão entre as estações Corinthians-Itaquera e Parque Dom Pedro 2º. Na zona sul, a Paese funcionará entre as estações Jabaquara e Paraíso. Já na zona norte, ônibus extras irão circular entre as estações Tucuruvi e Tietê.
Decisão judicial
Em sessão extraordinária realizada na manhã desse domingo, oito desembargadores do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) consideraram abusiva a paralisação dos metroviários de São Paulo. Segundo os magistrados, a categoria desrespeitou decisão judicial anterior, que determinava que ao menos 70% dos profissionais trabalhassem em durante a greve. Caso continuem com o movimento, será empregada uma multa de 500 mil por dia de paralisação.
Além disso, a Justiça determinou neste domingo que haverá desconto nos salários dos profissionais pelos dias não trabalhados e que não há garantia de estabilidade de emprego para os grevistas. A corte também definiu que o reajuste salarial da categoria deve ser fixado em 8,7%, mesmo percentual oferecido pelo Metrô. Atualmente, o piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55.
Apesar da decisão, a categoria decidiu em assembleia realizada na tarde deste domingo manter o movimento grevista. “Estamos no nosso direito de fazer greve. A nossa arma é a greve. Oferecemos alternativas, como a catraca livre e o desconto no nosso dia de trabalho, mas nem o governo e nem a justiça aceitaram. Eles nos culpam, mas é o governo que não quer negociar”, diz Amorim.
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