Parlamento da Crimeia aprova por unanimidade incorporação à Rússia
O Parlamento da Crimeia votou unanimemente nesta quinta-feira (6) a favor de se incorporar à Rússia e antecipou para 16 de março um referendo para que a população da região autônoma da Ucrânia opine sobre a união. Houve oito abstenções.
Entenda a importância da Crimeia
Foi acertado "entrar na Federação Russa com os direitos de um sujeito da Federação Russa", diz o texto da decisão.
Em nota, o Parlamento afirmou que já pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, para "dar início ao procedimento" permitindo que a Crimeia se una à federação.
O referendo estava previsto anteriormente para 30 de março.
Segundo informaram fontes do governo pró-Rússia da Crimeia, duas perguntas serão feitas na consulta. A primeira será: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como parte da Federação Russa?".
A segunda questão será: "Você é a favor de que volte a vigorar a Constituição da Crimeia de 1992 e o status da Crimeia como parte da Ucrânia?".
O governo interino da Ucrânia, em poder desde a destituição do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro, disse que tal votação é inconstitucional.
Segundo um parlamentar russo, uma lei que simplifica o processo para "partes de Estados estrangeiros" integrarem a Federação Russa pode ser adotada na próxima semana.
"Falando claramente, esta lei foi introduzida por mim em prol da Crimeia", disse Sergei Mironov, segundo a agência de notícias Itar-Tass, nesta quinta.
A Crimeia, que tem população de origem étnica majoritariamente russa e abriga a frota russa do mar Negro, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev decidiu "entregá-la de presente" a Ucrânia.
Desde 28 de fevereiro último, a península está sob controle de forças russas.
Cúpula
A decisão do Parlamento da Crimeia soma ainda mais tensão ao conflito na região.
Na quarta-feira o enviado especial da ONU para a Crimeia foi detido por homens armados e teve de abortar a missão. Ele acabou deixando o país.
Nesta quinta-feira, líderes europeus realizam uma cúpula de emergência com a ONU sobre a crise.
Ao chegar para a cúpula, o presidente da França, François Hollande, disse a jornalistas que "haverá a mais forte pressão possível sobre a Rússia para começar a reduzir a tensão, e dentro da pressão há, evidentemente, o eventual recurso a sanções".
Durante discussões na quarta-feira em Paris, o chanceler russo, Sergei Lavrov, se recusou -- apesar da pressão dos EUA e da UE -- a se reunir com seu novo homólogo ucraniano ou iniciar um "grupo de contato" para buscar uma solução para a crise.
Mais cedo, A União Europeia formalizou o congelamento, durante um ano, dos ativos do presidente deposto da Ucrânia Viktor Yanukovich, de seus filhos Alexander e Viktor, de quatro ex-ministros e de 11 funcionários do alto escalão do antigo governo supostamente responsáveis pelo desvio de fundos estatais.
A lista publicada inclui os ex-ministros do Interior, Vitaliy Zakharchenko; da Justiça, Olena Lukash; da Saúde, Raisa Bogatyrova e da Educação e Ciência, Dimitro Volodimirovich.
Também figuram Mikola Azarov, que foi primeiro-ministro até janeiro de 2014, e seu filho Oleksi, assim como o ex-procurador-geral do país, Viktor Paulovich e seu filho Artem.
(Com agências internacionais)
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