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Holandês ''agradece'' a Putin e separatistas na Ucrânia por "matarem" filha no MH17

Do UOL, em São Paulo

21/07/2014 15h23

O pai de uma adolescente holandesa de 17 anos, vítima do MH17, abatido por um míssil na quinta (17), afirmou em carta que sua vida “está arruinada” e agradeceu ironicamente ao presidente russo, Vladmir Putin, líderes dos separatistas e ao governo ucraniano “por matarem sua única filha”.

Na carta de Hans de Borst, publicada no perfil dele no Facebook, o pai afirma que a filha, Elsemiek, passaria férias com a mãe e um irmão, que moram na Malásia.

“Elsemiek terminaria seus estudos no ano que vem, junto com suas melhores amigas. Ela ia tão bem nos estudos!”, conta Borst,  acrescentando que a filha pretendia estudar engenharia.

“Mas, de repente, ela não está mais aqui. Ela foi atingida no céu, em um país desconhecido, onde há uma guerra acontecendo”, lamenta.

Mais uma vez irônico, Borst diz esperar que “todos estejam orgulhosos” por atirarem em Elsemiek. “Espero que consigam se olhar no espelho amanhã de manhã.”

O pai holandês termina a carta fazendo um apelo para que Putin tenha a iniciativa de garantir a segurança no local onde estão os destroços do avião, “para que investigadores holandeses possam fazer seu trabalho”.

Avião comercial abatido por míssil

O Boeing 777 da Malaysia Airlines foi abatido na quinta-feira (17) por um míssil terra-ar perto da fronteira com a Rússia, sobre uma região com combates desde abril entre separatistas pró-Moscou e forças do governo ucraniano. Todos os 298 ocupantes morreram.

Trajeto do voo MH17 - Arte/UOL - Arte/UOL
Voo ia de Amsterdã (Holanda) para Kuala Lumpur (Malásia)
Imagem: Arte/UOL

Ao todo, eram 283 passageiros --sendo três crianças-- mais 15 tripulantes. Entre as nacionalidades, estavam 189 holandeses, 44 malasianos (sendo 15 da tripulação mais duas crianças), 27 australianos, 12 indonésios (sendo uma criança), nove britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense, um neozelandês, um chinês de Hong Kong e um americano.

O voo MH17 ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, e voava a 10 mil metros quando caiu. O voo teria duração de 11h55 minutos e percorreria uma distância de 10,2 mil quilômetros. A Malaysia Airlines perdeu contato com a aeronave às 11h15 (horário de Brasília), e que sua última posição foi registrada no espaço aéreo ucraniano, a 30 km de Tamak.