Nos EUA, Bolsonaro se hospedará no complexo da Casa Branca, em casa de 1824
Construída em 1824, a Blair House - Casa de Blair, em tradução livre - será o lar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a visita ao norte-americano Donald Trump. É nela onde se hospedam, desde 1942, presidentes, primeiros-ministros e monarcas em viagens oficiais a Washington.
Bolsonaro viaja no domingo (17) à capital dos Estados Unidos, onde manterá reuniões com Trump, acadêmicos e empresários. Ele irá acompanhado de assessores, do filho deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e de seis ministros. O retorno da comitiva a Brasília está previsto para o final de terça (19).
A cerca de 160 metros da Casa Branca, a Blair House faz parte do complexo da sede do governo dos Estados Unidos e atualmente é formada por quatro casas interligadas. Ao todo, são 119 cômodos aos cuidados de uma equipe permanente de 18 funcionários, em uma área de pouco mais de 5 mil metros quadrados, o que acaba por torná-la maior que a Casa Branca.
A Blair House conta com 14 quartos com suíte para visitas, três salões de jantar, duas salas de conferência, cozinhas, salão de beleza, academia, lavanderia e jardins, segundo o fundo que atuou na restauração do imóvel.
Em fala sobre a viagem na quarta (13), o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, classificou como "honra" o fato de a comitiva liderada por Bolsonaro ter a oportunidade de se hospedar na Blair House.
"Gostaria de fazer um comentário sobre esta honra que o governo americano nos concede por hospedar a comitiva brasileira em um casarão que faz parte do complexo da Casa Branca e onde apenas alguns chefes de Estado são selecionados para lá se hospedarem, e, a partir desta Blair House, poder efetivar suas ações e programação naquele país", declarou.
A honraria, no entanto, não será exclusiva de Bolsonaro como presidente do Brasil. FHC, Lula e Dilma também se hospedaram na mansão em visitas oficiais a Washington. O tucano, aliás, foi o único a ser recebido com jantar de gala na Casa Branca, considerado o ápice do protocolo em visitas.
O nome da mansão remete ao editor de jornais e consultor político Francis Preston Blair, que a ocupou com a família a partir de 1837. A Blair House originalmente pertencia a Joseph Lovell, cirurgião do Exército americano.
O governo americano resolveu adquirir a residência em 1942 durante a presidência de Franklin Roosevelt devido à importância crescente da diplomacia na época da Segunda Guerra Mundial. De acordo com o fundo que ajudou a preservar a casa, Roosevelt teria sido convencido da compra após perceber que, quando o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill ia a Washington, não havia um local oficial para que ficasse.
Antes de a Blair House servir como lar das visitas oficiais do presidente dos Estados Unidos, essas ficavam hospedadas apenas uma noite na Casa Branca e, depois, tinham de ir a um hotel ou à sua respectiva embaixada. No pacote da aquisição da residência pelo governo americano, foram incluídos móveis e porcelanas.
Um dos cômodos é dedicado ao ex-presidente Abraham Lincoln e tem o último retrato pintado dele antes de ser assassinado em 1865.
Já se hospedaram na Blair House a rainha do Reino Unido, Elizabeth II, o imperador do Japão, Akihito, a ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher, os ex-presidentes da França Charles de Gaulle e François Mitterrand, o ex-presidente da Rússia Boris Yeltsin e o atual presidente do país, Vladimir Putin, entre outros. Um livro de visitas é mantido no local para o registro das personalidades recepcionadas.
Além de receber autoridades estrangeiras, a casa ainda serve de residência para o presidente dos Estados Unidos eleito e sua família até tomar posse, e ex-presidentes quando na cidade.
Uma das filhas de Trump, Ivanka Trump, postou foto na Lee Drawing Room, que conta com papel de parede chinês do século 18 escolhido pela ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy. Numa segunda foto, ela aparece em outro cômodo com a família.
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