Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Ucrânia diz ter destruído barcos russos; Azovstal é atacada após evacuação

Do UOL*, em São Paulo

02/05/2022 05h30Atualizada em 02/05/2022 15h12

Dois barcos russos foram destruídos pela Ucrânia hoje na região de Fidonisi, ilha ucraniana no Mar Negro, também chamada de Ilha das Serpentes. A informação foi divulgada pelo comandante das Forças Armadas da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, junto com um vídeo dos ataques. Os alvos seriam duas embarcações de patrulha Raptor. A ilha fica próxima ao sul da Ucrânia, perto da região de Odessa.

"Que beleza das Forças Armadas", comemorou Andriy Yermak, chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia. O relato ucraniano não pôde ser confirmado com fontes independentes. O Ministério da Defesa da Rússia, em relatório divulgado após os ataques aos barcos, não fez menção a eles.

Os barcos de patrulha Raptor podem transportar três tripulantes e 20 pessoas. Geralmente estão equipados com metralhadoras e são usados em operações de reconhecimento ou desembarque.

Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, os "barcos tentaram reconhecer a situação na foz do rio Danúbio". "Sentindo o perigo, os barcos inimigos recuaram em direção à ilha, mas mesmo lá foram alcançados pelo castigo."

A Defesa ucraniana ainda disse que, no noroeste do Mar Negro, continua a presença de um grupo de navios com porta-mísseis de cruzeiro. "A probabilidade de ataques com mísseis na Ucrânia e na região de Odessa, em particular, permanece alta."

Segundo o porta-voz do ministério, Oleksandr Motuzyanyk, navios russos nos mares Negro e Azov "continuam lançando ataques com mísseis no território da Ucrânia, realizando tarefas de isolamento da área de hostilidades, reconhecimento e apoio de fogo na direção costeira".

As Forças Armadas da Ucrânia também divulgaram imagens de ataques a tanques russos na região de Kharkiv, leste da Ucrânia. "Durante as operações de reconhecimento, nossos soldados descobriram grupos de equipamentos inimigos", disse comunicado do Comando de Operações Especiais do exército ucraniano.

tanque - Reprodução/Forças Armadas da Ucrânia - Reprodução/Forças Armadas da Ucrânia
Tanque russo é destruído após ataque na região de Kharkiv, leste da Ucrânia
Imagem: Reprodução/Forças Armadas da Ucrânia

Hoje, a guerra entrou em seu 68º dia com mais ataques na Ucrânia. Ao menos três civis morreram em bombardeios a prédios na região de Lugansk, leste do país, segundo o serviço de emergências do país e a administração local. A Defesa russa confirma ações contra instalações do exército ucraniano e disse que matou ao menos 440 militares ucranianos em ataques entre ontem e hoje.

Para esta segunda, há a expectativa de nova evacuação no complexo de Azovstal, em Mariupol, sudeste ucraniano. Segundo informações do governo ucraniano, a região foi atacada após a saída de cerca de 100 civis do local ontem. Ainda há civis abrigados em Azovstal.

Até o momento, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), ao menos 5,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia em razão da invasão russa.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Evacuação

O Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação, do governo da Ucrânia, disse que "a noite após a evacuação em Mariupol foi turbulenta". "A artilharia naval do inimigo atingiu Azovstal, mas ficou mais calmo pela manhã", disse o centro, citando o comandante da 12ª Brigada de Alocação Operacional da Guarda Nacional Denis Schlega, que indicou ainda haver cerca de 20 crianças no local.

Nesta segunda, a Câmara de Mariupol informou que, com o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas) e da Cruz Vermelha, haverá "comboio de evacuação saindo de Mariupol". "Você também pode entrar na coluna de evacuação por meio de transporte próprio", disse o aviso.

Segundo o Ministério da Reintegração da Ucrânia, "apesar de todas as dificuldades", há evacuação de civis de Mariupol para Zaporizhzhia.

Hoje, o Ministério da Defesa da Rússia disse que, entre sábado e domingo, 57 pessoas que estavam em Azovstal "decidiram voluntariamente permanecer na República Popular de Donetsk", área separatista pró-russos. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.

No total, 126 pessoas teriam deixado o complexo, segundo a Defesa russa. A versão da Rússia é de que a evacuação é "resultado de uma operação iniciada pelo presidente russo Vladimir Putin para salvar civis detidos por nacionalistas ucranianos".

Corpos

O Centro de Comunicações acusou a Rússia de retirar "corpos de moradores de Mariupol mortos em caminhões usados para entregar ajuda humanitária". O centro divulgou uma foto de caminhões na cidade, mas não é possível ver corpos sendo retirados. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.

"De acordo com os moradores de Mariupol que ainda estão na cidade, os ocupantes primeiro trazem alguns conjuntos de alimentos e depois usam os mesmos caminhões para retirar os corpos dos moradores de Mariupol mortos, que ainda estão sendo recuperados dos escombros das casas destruídas". disse o centro, citando comunicado da Câmara da cidade portuária.

Mortes em Lugansk

Segundo o Serviço de Emergências da Ucrânia, ao menos três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em ataques em diversas cidades na área de Lugansk, leste da Ucrânia, alvo da Rússia neste momento do conflito. "O exército russo ataca diariamente na região de Luhansk."

lugansk - Reprodução/Facebook/MNS.GOV.UA - Reprodução/Facebook/MNS.GOV.UA
Prédio fica em chamas após ataque na região de Lugansk, leste da Ucrânia
Imagem: Reprodução/Facebook/MNS.GOV.UA

Na cidade de Lysychansk, um prédio educacional ficou incendiado após um bombardeio. Em Novodruzhsk, bombeiros eliminaram incêndios em prédios agrícolas. E em Rubizhne, fogo foi extinto em apartamentos em um prédio, de acordo com o serviço. "Pelo menos nas últimas 24 horas, o exército russo destruiu 12 casas em Orikhovo, quatro em Gorsky e seis prédios em Sievierodonetsk."

De acordo com o governador da região de Lugansk, Sergey Gaidai, "as cidades e vilarejos da região sofreram 18 vezes com o bombardeio inimigo".

Gaidai ainda disse que a saída de civis da região é complicada. "Atualmente, é mais ou menos seguro evacuar apenas de Severodonetsk e Lysychansk", disse. "Em outros locais, tentamos, mas é um risco enorme para a vida dos moradores. Portanto, quando a situação de segurança permite, nós vamos e ajudamos."

Em seu relatório de hoje, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que "o inimigo concentrou seus principais esforços em assumir o controle de Rubizhne e se preparar para o ataque a Sievierodonetsk".

kofod - Reprodução/Twitter/JeppeKofod - Reprodução/Twitter/JeppeKofod
Kofod foi a Kiev para a reabertura da embaixada do país na Ucrânia
Imagem: Reprodução/Twitter/JeppeKofod

Reabertura

A Dinamarca anunciou hoje a reabertura de sua embaixada em Kiev durante uma visita surpresa do ministro das Relações Exteriores, Jeppe Kofod. "É um símbolo muito forte do apoio dinamarquês à Ucrânia e ao povo ucraniano reabrir hoje a embaixada da Dinamarca", disse Kofod. O governo dinamarquês havia fechado a embaixada temporariamente devido à situação de segurança.

(Com Reuters e AFP)