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Com agenda de candidato, Eduardo Campos reúne de PP a PC do B em Porto Alegre

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (à esquerda), participou nesta segunda-feira (8), em Porto Alegre, da celebração do aniversário do deputado federal Beto Albuquerque (à direita) - Jean Schwarz/Agência RBS
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (à esquerda), participou nesta segunda-feira (8), em Porto Alegre, da celebração do aniversário do deputado federal Beto Albuquerque (à direita) Imagem: Jean Schwarz/Agência RBS

Do UOL, em Porto Alegre

08/04/2013 22h36

O palanque do governador pernambucano Eduardo Campos, virtual candidato do PSB à Presidência, reuniu políticos da esquerda à direita. Na festa de aniversário do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), comemorado nesta segunda-feira (8) em Porto Alegre, Campos foi prestigiado por políticos do PP, PRN, PTB, PPS, PDT e PC do B. Nenhum representante do PT participou oficialmente do encontro.

No Rio Grande do Sul, o PSB é aliado do governador Tarso Genro (PT), mas a presença de Eduardo Campos no centro de eventos Casa do Gaúcho, que reuniu mais de 2.000 pessoas, não constrangeu a bancada socialista, que prestigiou a entrevista coletiva concedida antes do jantar. Deputados estaduais e o vice-governador, Beto Grill, fizeram questão de aparecer nas fotografias ao lado do virtual candidato, recebido pelos militantes com gritos de “Campos presidente”.

O governador criticou ontem em Porto Alegre a apatia do governo na condução da política econômica e disse que o país corre um sério de risco de “desconstruir um patrimônio que custou caro construir”. Campos salientou que o Brasil está “atrasado” em relação à reorganização econômica mundial e disse que os 20 milhões de empregos gerados nos últimos governos, de FHC e Lula, não serão mantidos “só com a desoneração da folha salarial”.

“Precisamos ter articulação. Os Estados Unidos já estão fazendo ajustes profundos para um novo ciclo de expansão econômica. A China percebeu que não podia segurar o modelo exportador e mudou o governo. A União Europeia derrubou 13 governos. Tudo isso acontecendo e nós não podemos ficar aqui na praça dando milho aos pombos”, afirmou.

Segundo o governador, o país precisa desburocratizar os investimentos públicos e criar um ambiente de segurança para as empresas privadas. Ele pediu ao governo medidas para incrementar a produção industrial e disse que medidas pontuais não serão suficientes para garantir crescimento econômico. “Medidas pontuais são importantes, quem governa tem que tomar medidas todos os dias. Não é tarefa só do governo, mas quem governa tem dever de olhar ao longe, porque se perder o rumo estratégico pode derreter as conquistas”.

Amanhã, o político pernambucano se reúne com o governador Tarso Genro e com empresários numa reunião-almoço. À noite, participa de um debate no Fórum da Liberdade sobre gastos públicos.

Mesmo com a extensa agenda pública, Campos evitou assumir sua candidatura à Presidência em 2014, mas admitiu que o debate de campanha já está nas ruas. Prova disso, segundo ele, é que a reforma política que está em debate na Câmara dificilmente será aprovada com o debate eleitoral que está em curso. Segundo Campos, a reforma “foi atropelada” pelo debate eleitoral.