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Polícia apura se deputada foi vítima de tentativa de assalto ou homicídio

Pauline Almeida e Nathan Lopes

Colaboração para o UOL, no Rio, e do UOL, em São Paulo

13/01/2019 14h37Atualizada em 13/01/2019 19h05

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marcus Vinicius Braga, disse que ainda é "prematuro" dar qualquer prognóstico sobre o motivo do ataque à deputada estadual Martha Rocha (PDT-RJ). Braga esteve no local do crime e disse que nenhuma hipótese será descartada, mas que tentativa de assalto e tentativa de homicídio são as principais linhas de investigação.

Mais cedo, o governador do Rio, Wilson Witzel, disse em nota que Braga deve concentrar "todos os esforços na elucidação desse crime, que atinge não somente a deputada Martha Rocha, mas todo o povo do Estado do Rio de Janeiro".

Martha Rocha entrou para a política em 2014. Ela foi a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Rio, cargo que assumiu em 2011 e ocupou durante três anos.

Carro fechado e tiros de fuzil

O carro em que estava a deputada foi alvo de tiros, por volta das 9h deste domingo (13), no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Estavam no carro a deputada e sua mãe, de 88 anos, que não foram atingidas, e o motorista, o subtenente reformado da PM (Polícia Militar) Geonisio Medeiros, que foi atingido na perna. Ele foi levado ao hospital estadual Getúlio Vargas, mas passa bem e já foi medicado e liberado.

Martha Rocha, que mora na Tijuca, também na zona norte, dirigiu-se à Penha para buscar a mãe para irem à igreja, localizada no mesmo bairro, como fazem costumeiramente aos domingos, segundo a assessoria da parlamentar.

À imprensa, ela contou que notou a preocupação do motorista e perguntou o que estava acontecendo, descobrindo que seu carro estava sendo seguido e que havia um homem armado de fuzil, possivelmente modelo M-16. O carro dos criminosos emparelhou com o Toyota Corolla em que estavam, e o homem armado --com touca ninja e luvas pretas-- tirou o tronco para fora do carro, disparando várias vezes. 

O motorista da deputada estadual conseguiu deixar a avenida Brasil e entrar em uma via secundária, indo até as proximidades do Olaria Atlético Clube, onde parou, porque dois pneus haviam sido estourados por tiros. A deputada pediu a um motorista que parasse. Segundo ela, foi reconhecida e conseguiu uma carona até o Hospital Getúlio Vargas, onde o motorista recebeu atendimento.

Baile funk e histórico de assaltos na região

A Penha, bairro onde os tiros foram registrados, é onde ocorre o baile funk mais famoso do Rio de Janeiro. O secretário confirmou que a área tem um histórico de assaltos no domingo pela manhã, na saída do baile, com ladrões encapuzados e de fuzil em mãos, como foi o caso de hoje. 

Como o caso envolve uma parlamentar, Braga informou que vai ser investigado pela Delegacia de Homicídios, e não pela delegacia do bairro. "A Polícia Civil trata isso como uma prioridade", afirmou. 

2ª ocorrência com políticos no Rio em 2019

Esta é a segunda ocorrência policial envolvendo políticos no Rio somente neste ano. No último dia 4, o carro em que estava o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), foi atingido por tiros. A prefeitura classificou a ação como um atentado.

Em março do ano passado, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados, na região central do Rio, quando o carro em que estavam foi alvejado por criminosos. As investigações ainda não foram concluídas.