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Ministro da Justiça diz que analisará 'de forma técnica' caso de blogueiro

27.out.2021 - O ministro da Justiça e o presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/Youtube/Pânico Jovem Pan
27.out.2021 - O ministro da Justiça e o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução/Youtube/Pânico Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

28/10/2021 13h52

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse ontem, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que analisará "de forma técnica" a ordem de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos há mais de um ano.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão preventiva de Santos, alvo de duas investigações na Corte, na última quinta-feira. Ele agiu a pedido da PF (Polícia Federal) no inquérito das milícias digitais, que apura a atuação de grupos na internet contra a democracia e as instituições.

Moraes também acionou o Ministério da Justiça e a embaixada do Brasil nos EUA para que o influenciador seja extraditado.

"Assim que a ordem judicial chegar nós vamos fazer uma análise disso", disse Torres, em entrevista à Jovem Pan. "Não há nenhuma declaração oficial por parte do ministério, por parte do ministro da Justiça sobre esse assunto. É um assunto que vai ser tratado de uma forma técnica, observando os critérios legais, o que pode ser feito e o que não pode ser feito", acrescentou ele.

"Houve uma representação da Polícia Federal, que foi acatada pelo Supremo Tribunal Federal. A gente está analisando os critérios e tudo que foi feito, porque independente da ordem de prisão existe uma análise técnica pelo Ministério da Justiça. Depois, no cadastramento disso junto a Interpol, tem uma série de requisitos ainda a serem cumpridos (...) A gente vai analisar isso com muito critério", afirmou.

Após ter prisão preventiva decretada, o blogueiro afirmou que só se apresentará quando a Interpol agir.

Além de ordenar a prisão e a extradição, o ministro do STF mandou bloquear todas as contas bancárias do influenciador e qualquer remessa de dinheiro a ele no exterior. No mesmo despacho, Moraes determinou a suspensão de pagamento aos canais dele nas plataformas YouTube, Twitch.TV, Twitter, Instagram e Facebook.

A PF investiga Santos no inquérito das fake news, que corre desde 2019, e o das milícias digitais, aberto em julho para apurar a existência de uma organização criminosa que visa atentar contra a democracia.

Esse último foi aberto após o arquivamento do inquérito dos atos antidemocráticos, e foi prorrogado neste mês por mais 90 dias. Além de prolongar as investigações, Moraes também determinou a suspensão da conta de Santos no Twitter.

As investigações, segundo Moraes, reúnem "fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político" para atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

No começo do mês, reportagem da Folha de S.Paulo revelou que Santos usou uma estagiária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski como informante.