Alexandre de Moraes prorroga por 90 dias inquérito sobre milícias digitais
O inquérito que investiga uma suposta milícia digital que teria atuado contra a democracia e o Estado democrático de direito foi prorrogado por mais 90 dias. A decisão é do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
O novo prazo passa a contar a partir do encerramento da data limite anterior, que era o dia 6 de outubro. A decisão, segundo documento assinado pelo ministro, foi necessária devido a necessidade de "prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento".
A investigação está a cargo da Polícia Federal, que apura indícios e provas da existência de uma organização criminosa "de forte atuação digital". Esses grupos atuariam com métodos e núcleos estruturados de produção, divulgação, financiamento e político. Há, inclusive, a suspeita de que haja participação de agentes públicos e políticos, e que tenha sido financiado por verba pública.
Além deste, Moraes também prorrogou pelo mesmo período um outro inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
'Milícias digitais'
O inquérito dá continuidade à investigação dos atos antidemocráticos, aberta em abril de 2020 e arquivada por Alexandre de Moraes em julho deste ano. Naquele momento, a intenção era identificar organizadores e financiadores de uma série de protestos que pediam o fechamento do Congresso e do STF e a volta da ditadura militar.
Sob a justificativa de que não foram encontradas provas contra autoridades com foro especial, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu o arquivamento da apuração. Naquele inquérito foram alvos o ex-ministro da Comunicação Fábio Wajngarten, o blogueiro Allan dos Santos e o empresário Otávio Fakhoury. A militante Sara Winter e o youtuber Oswaldo Eustáquio foram presos temporariamente.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu o pedido da PGR, mas abriu um novo inquérito para investigar a existência de uma organização criminosa digital que atuaria para abalar a democracia. Na justificativa para a nova apuração, o magistrado citou os filhos de Bolsonaro e a necessidade de esclarecer suspeitas de que aliados do presidente estariam usando dinheiro público para fazer ataques às instituições nas redes sociais.
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