Mãe de terrorista tunisiano diz que filho sofreu 'lavagem cerebral'
A mãe do assassino de 38 pessoas em uma praia na Tunísia afirmou neste domingo em entrevista ao Sunday Times que seu filho foi "vítima" de pessoas que "o drogaram e fizeram uma lavagem cerebral" nele.
"Eu acredito que alguém pressionou o meu filho a fazer isso (...) Meu filho é uma vítima como todas as outras", declarou na primeira entrevista desde o ataque, Radhia Manai, de 49 anos, a mãe de Seifeddine Rezgui, um estudante de 23 ano identificado pelas autoridades tunisinas como o autor do ataque.
"Meu filho adorava música, breakdance e futebol. Eles o drogaram e fizeram uma lavagem cerebral nele para que fizesse esta coisa diabólica", acrescentou.
O jovem foi abatido pela polícia depois de matar em 26 de junho 38 pessoas, incluindo 30 britânicos, em um praia e nas piscinas do hotel Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui.
O ataque foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Ele acreditava em Deus
"Eu não posso acreditar. Um dia, quando um rato apareceu em casa e pedi que Seifeddine o matasse, ele se recusou dizendo que não podia matar ninguém", afirmou a mãe, chorando a morte de um segundo filho.
O outro filho morreu aos 15 anos ao ser atingido por um raio há cinco anos. Ela tem um terceiro filho, de 5 anos, que é autista.
"Ele acreditava em Deus e não nesta merda de Daesh, (nome do Estado Islâmico em árabe)", afirmou seu pai, Hakim Rezgui, que concedeu esta entrevista na casa da família em Gaafour, uma pequena cidade de Siliana (noroeste).
Os pais do jovem rejeitaram as alegações das autoridades tunisinas, segundo as quais ele teria sido treinado na Líbia em janeiro com os assassinos do Museu Bardo.
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