Preso por agredir ex-mulher, lavador de pratos que salvou reféns vira herói nos EUA

Alex Dobuzinskis

Em Los Angeles (Estados Unidos)

  • Scott Shaw/The Plain Dealer/AP

    Charles Ramsey, o vizinho que arrombou a porta da casa onde as três mulheres estavam

    Charles Ramsey, o vizinho que arrombou a porta da casa onde as três mulheres estavam

O lavador de pratos Charles Ramsey, que ajudou a libertar três mulheres de Cleveland após uma década de sequestro e se tornou uma celebridade devido à sabedoria popular contida em suas entrevistas, ganhou elogios do McDonald's e uma legião de fãs nas redes sociais.

Ramsey respondeu aos gritos de socorre de Amanda Berry e a ajudou a fugir de uma casa vizinha, na noite de segunda-feira.

Ele também ficou ao telefone com os serviços de emergência, em ações que a polícia considerou como cruciais para resgatar duas outras mulheres e uma criança do cativeiro. Ele deverá receber uma recompensa financeira das autoridades.

O lavador de pratos, de 43 anos, já cumpriu pena de prisão por furto, em 1993, e em 2003 por violência doméstica. A vítima, sua ex-mulher, disse que atualmente se dá bem com Ramsey, e elogiou sua atitude.

A caixa postal telefônica de Ramsey estava lotada na quarta-feira, e não foi possível entrar em contato com ele. Mitchell Yelsky, que foi advogado de Ramsey no processo de 2003, disse se lembrar dele como "um grande cara para quem trabalhar".

Vizinho conta como encontrou desaparecidas nos EUA

"E agora ele é o herói de Cleveland, e é o herói dessas mulheres e da criança, então por qualquer coisa que ele tiver feito no passado ele está redimido por essas ações heroicas da segunda-feira."

Uma entrevista na noite de segunda-feira a TVs locais fez de Ramsey uma celebridade. Um vídeo com sua fala transformada em música já foi visto mais de 400 mil vezes no YouTube.

Na mesma entrevista, Ramsey contou que estava comendo um hambúrguer do McDonald's quando escutou os gritos de Berry. Isso levou a rede de lanchonetes a mandar uma mensagem ao homem pelo Twitter na terça-feira. "É assim que se faz, Charles Ramsey -- estaremos em contato".

Mas, em entrevistas a ABC e CNN, Ramsey disse que não é um herói. À CNN, ele disse na terça-feira que está "tendo dificuldades para dormir" por saber que havia sido vizinho de Ariel Castro, um ex-motorista de ônibus escolar que é acusado de ter agredido e estuprado as mulheres durante uma década de cativeiro. Castro é também apontado como o pai da filha de Berry, de 6 anos.

"Olha, até ontem, a única coisa que me tirava o sono era a falta de dinheiro", disse Ramsey.

Mas o caso já provoca ciumeira. Outro vizinho, Angel Cordero, disse em entrevistas televisivas que foi ele, não Ramsey, o primeiro a chegar à porta do cativeiro depois de escutar os gritos de Berry.

"Puxei a porta, mas ela estava fechada com uma corrente, então tentei abrir a porta, mas não consegui, aí tive de dar alguns chutes", contou ele à CNN em espanhol.

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